Um em cada cinco portugueses sofre de anemia e 84 por cento desconhece sofrer desta condição. Os dados preocupam o Anemia Working Group Portugal (AWGP) -  Associação Portuguesa para o Estudo da Anemia, que alerta a população para a importância do rastreio à anemia como a única forma de reduzir o impacto socioeconómico desta condição.

“O cenário no nosso país em relação à anemia é muito preocupante e, ao contrário da estimativa apresentada pela Organização Mundial de Saúde para Portugal que apontava para 15 por cento, sabemos que um quinto da população sofre deste problema. Mais preocupante ainda é o facto de sabermos que 84 por cento dos portugueses não obteve ainda o diagnóstico de anemia por falta de conhecimento”, revela António Robalo Nunes, presidente do AWGP.

 

E acrescenta: “É preciso sensibilizar as pessoas para a importância do rastreio da anemia para aumentarmos o número de casos diagnosticados e, consequentemente, diminuir o subtratamento da patologia e a quantidade de internamentos e hospitalizações associadas. A anemia não deve ser desvalorizada e a população deve estar consciente das consequências relacionadas com a falta de tratamento, como, por exemplo, a insuficiência cardíaca devido ao esforço acrescido que o coração requer nesta condição”.

A Anemia é uma situação clínica que resulta da diminuição do número de eritrócitos (glóbulos vermelhos) no sangue, ou do conteúdo de hemoglobina para valores inferiores aos considerados normais para a idade, sexo e etapa de crescimento. A maior parte dos casos de anemia ocorre por deficiência de ferro. O ferro absorvido na alimentação é usado para a produção da hemoglobina dos eritrócitos e permite o transporte do oxigénio, necessário ao funcionamento das células do organismo.

O Anemia Working Group Portugal entregou já na Assembleia da República uma petição, na qual foram reunidas mais de 4.500 assinaturas, para implementar o 26 de novembro como o Dia Nacional da Anemia.