Um estudo realizado a doentes portugueses com cancro da mama revela que 64% dos inquiridos sente que não tem o apoio social nem a prestação de cuidados de saúde adequados. Esta é a principal conclusão de um inquérito divulgado no âmbito do Dia Mundial de Prevenção do Cancro da Mama, assinalado a 30 de outubro.
Conduzido pela Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), com o apoio da Novartis, o inquérito “Cuidados de saúde em Oncologia: a visão dos doentes” analisou a perceção dos doentes com cancro da mama em relação aos cuidados de saúde prestados nesta área, principais dificuldades e acesso à informação sobre a patologia.
«O facto de os doentes terem apontado como principal aspeto negativo a falta de apoio social, preocupa-nos. O cancro da mama é relativamente frequente em mulheres profissionalmente ativas, muitas vezes com filhos pequenos ou com pais a cargo, e sentem que o apoio social é uma vertente importante no percurso de tratamento. Esperamos que este aspeto despolete na sociedade a necessária adoção de medidas que melhorem a realidade dos doentes com cancro da mama com impacto na qualidade de vida, assim como o melhor acesso a informação específica sobre as várias fases da doença», afirma Gabriela Sousa, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia.
As conclusões do inquérito revelam ainda que o aspeto mais valorizado no tratamento é a eficácia (43%) em detrimento do custo, cuja percentagem é de apenas 1%. 77 dos inquiridos identificou o medo como o principal sentimento após o diagnóstico de cancro da mama, seguido da tristeza com 22 respostas.
A maioria dos doentes (86%) reconhece que o médico os inclui nas decisões relativas ao tratamento e que este é a principal fonte de informação quando têm dúvidas. A internet é a segunda fonte de informação mais procurada, sendo que 30% dos inquiridos respondeu que recorre a esse meio para esclarecer questões relacionadas com a doença ou o tratamento.