A «rapariga da cave» revela no livro intitulado «3096 Dias», lançado esta quarta-feira, que era agredida 200 vezes por semana e que era obrigada a trabalhar quase nua pelo raptor, Wolfgang Priklopil.
O «Daily Mail» publicou alguns excertos da biografia onde Natascha revelou que tentou várias vezes o suicídio por ser obrigada a viver num lugar «hermeticamente fechado»:
«Não tinha janelas, apenas uma cama, uma sanita e um lavatório.» Nessa mesma cela chegou, e depois de alguns meses presa, a pedir ao sequestrador que a abraçasse. «Eu era apenas uma criança e precisava do consolo do toque humano.
Segundo a jovem, raptada com apenas 10 anos, Priklopil obrigava-a a tratá-lo por «meu senhor» e «mestre» e era obrigada a rapar o cabelo vezes sem conta.
«Agora sinto-me suficientemente forte para contar a história de meu. Eu ainda era uma criança e precisava do consolo do toque (humano). Após alguns meses presa pedi ao meu sequestrador que me abraçasse», descreve.
«Foi difícil. Entrei em um pânico claustrofóbico, porque ele apertou-me com muita força. Depois de várias tentativas, conseguimos encontrar uma forma - não muito perto, não muito apertado, mas suficientemente apertado para que eu pudesse imaginar um toque de amor e carinho», relata.
Entre outros pormenores Natascha conta ainda no livro que o sequestrador a levava da cela para a cama dele onde a prendia com algemas:
«Quando ele me algemava a ele nessas noites não era para sexo. O homem que me batia e prendia no porão queria outra coisa: ele simplesmente queria algo para abraçar».
Natascha Kampusch conseguiu fugir em Agosto de 2006, quando tinha 18 anos, e hoje vive em Viena de Áustria. Priklopil, engenheiro de 44 anos, suicidou-se assim que percebeu que a austríaca tinha fugido.