Julian Assange, considerado o atual inimigo nº1 dos EUA, concedeu uma entrevista ao jornal
El País.
Na entrevista, que teve lugar na cozinha da mansão de um amigo onde Assange se encontra em liberdade condicional, o australiano começa por descrever uma cena insólita passada num dos seus dias de clausura no Reino Unido, à hora de almoço. Assange conta que perdeu um dente quando trincou um objeto metálico que tinha sido misturado na comida e que o dente, que guardou num papel na sua cela, desapareceu brincando com a possibilidade de poder vir a ser vendido no e-bay.
Com teor mais sério, Assange confessa que tem recebido constantes ameças de morte. «Recebo ameaças de morte a todo a hora. O meu advogado e os meus filhos recebem-nas», refere, acrescentando que «as ameaças parecem vir de membros das Forças Armadas dos Estados Unidos».
Na entrevista ao El País, Assange fala nas várias transferências por que passou enquanto esteve preso, em condições de cada vez mais duras, lado a lado com criminosos perigosos, bem como no condicionamento e dificultação das suas chamadas telefónicas.
Nesta entrevista, o fundador da Wikileaks nega ainda veementemente as acusações sexuais que recaem sobre si. «Nunca tive uma relação sexual com alguém sem consentimento», garante.
À parte de toda a intimidação, Assange evidencia que tem recebido apoio «à escala global», nomeando pessoas próximas do poder como o Presidente do Brasil, Lula da Silva, do seu lado.
Julian Assange, que pagou 236 mil euros de caução para sair da prisão, aguarda neste momento que o tribunal decida sobre a sua extradição para a Suécia.