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Internacional
Vasco Pereira em 21 de Novembro de 2016 às 15:23
Melania Trump: as polémicas da nova primeira-dama dos EUA

Não foi só um presidente surpreendente que os EUA elegeram no dia 8 de novembro. Foi também uma primeira-dama inesperada, que muitos menosprezaram e que poucos acreditavam que alguma vez pudesse entrar na Casa Branca. Mas os americanos votaram e, contra tudo e contra todos, Donald e Melania Trump ganharam.

Agora, ao lado do marido, a ex-modelo de origem eslovena prepara-se para fazer a diferença na história americana, por não ser a típica e conservadora primeira-dama.

Aos 46 anos, Melania é dona de uma inegável beleza e de uma elegância incontestada, que contrasta com as polémicas com que se viu envolvida nos últimos meses.

Nascida em Sevnica, uma pequena cidade da atual Eslovénia, Melanija Knavs cresceu num modesto apartamento, filha de um vendedor de automóveis, membro do partido comunista, e de uma operária da indústria têxtil.

Aos 16 anos, iniciou a sua carreira de modelo, uma profissão que a levou até Milão e Paris e, depois, a Nova Iorque, para onde se mudou em 1996. Neste facto reside uma das maiores controvérsias que envolveu o casal Trump durante a campanha para as presidenciais, já que um dos temas mais marcantes do discurso do ainda candidato foi o da imigração.

Foi ele que, mesmo casado com uma imigrante entretanto naturalizada americana, prometeu construir um muro na fronteira com o México, para travar a entrada ilegal de imigrantes. Esta posição fez com que as atenções se virassem para a eslovena que, segundo a Associated Press, terá feito trabalhos remunerados como modelo antes de ter autorização para trabalhar nos EUA, uma das práticas mais criticadas por Trump.

Como resposta, Melania garantiu ter entrado no país de uma forma legal e nunca ter violado qualquer regra, apoiando, por isso, as ideias sobre o controlo da imigração defendidas pelo marido.

Ao longo da campanha, a mulher do novo presidente foi também várias vezes alvo de comentários devido aos seus trabalhos como modelo.

Numa América conservadora – a mesma que terá dado a vitória a Donald Trump –, não escapou o facto de a “candidata”a primeira-dama ter posado nua na revista britânica GQ, em 2000, e ter protagonizado uma produção ousada para a francesa Max Magazine, em 1997.

Numa das fotos publicadas pela revista, Melania surge nua e deitada com outra rapariga, uma imagem que foi agora reproduzida pelo New York Post. Embora contestada pelos seus trabalhos como modelo, o facto é que ninguém fica indiferente à beleza da eslovena.

Com olhos rasgados, lábios delineados e maçãs do rosto proeminentes, Melania orgulha-se de dizer que tudo em si é fruto da genética.

“Tenho uma vida saudável, cuido da minha pele e do meu corpo. Sou contra botox, sou contra injeções... Acho que danifica o rosto e prejudica os nervos. Vou envelhecer graciosamente como a minha mãe”, disse numa entrevista à GQ.

Se o físico da primeira-dama é extremamente chamativo, já a sua personalidade destaca-se pela discrição. De facto, não é fácil ofuscar o temperamento de Donald Trump e a sua mulher, melhor do que ninguém, saberá disso.

Ao longo da campanha que levou o magnata até à Sala Oval da Casa Branca, a ex-modelo revelou-se diferente do marido, a quem nunca tentou roubar o protagonismo. Sempre discreta, a eslovena terá marcado pontos por tentar afastar-se das polémicas e, apesar do tom agressivo que toda a campanha envolveu, respondeu sempre com um sorriso e sem levantar o tom de voz. Mesmo naquele que terá sido o momento mais delicado para si, ao ser confrontada com a divulgação de um vídeo polémico, no qual Donald Trump se refere às mulheres de uma forma reprovável, Melania reagiu com ponderação e manteve-se firme ao lado do milionário.

“As palavras usadas pelo meu marido são inaceitáveis e ofensivas para mim. Não representam o homem que eu conheço. Ele tem a mente e o coração de um líder. Espero que as pessoas aceitem as suas desculpas, como eu aceitei, e se concentrem nas questões importantes que a nação e o mundo enfrentam”, afirmou num comunicado.

Não tão bem se terá saído para a opinião pública quando, alguns meses antes, contou publicamente um pouco da sua história de vida na Convenção Nacional Republicana.

Nessa ocasião, o que fez com que Melania fosse notícia em todo o mundo não foi o relato da sua infância mas sim as semelhanças que muitos encontraram no discurso que Michelle Obama fez há oito anos, quando Barack Obama consolidou a sua candidatura.

Inundada com uma chuva de críticas que a acusavam de plágio, Melania foi socorrida por Donald, que a defendeu no Twitter:

“Foi uma honra apresentar a minha mulher. O seu discurso e a sua postura foram incríveis. Muito orgulhoso.”

Casada com o magnata desde 2005, é mãe de Barron, de 10 anos, o quinto filho do homem mais poderoso do mundo. Ser primeira-dama poderia não estar na imaginação de Melania, mas talvez até já estivesse preparada para tal.

“Seria [uma primeira-dama] muito tradicional. Como Betty Ford ou Jackie Kennedy. Iria apoiá-lo”, respondeu em 1999, quando foi questionada pelo The New York Times quanto à hipótese de Donald Trump ser eleito presidente dos EUA. 

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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