A Infanta Cristina, irmã mais nova do rei de Espanha, vai ser julgada por fraude fiscal, mas só ficará no banco dos réus até ser ouvida.
A infanta e o marido, Iñaki Urdangarin, tiveram a primeira audiência do julgamento, a 11 de janeiro no tribunal de Palma de Maiorca, onde passaram mais de 12 horas sentados na última fila de arguidos do processo de fraude fiscal.
A irmã do rei de Espanha estava convencida de que os argumentos da defesa, da procuradoria e dos advogados do Estado iriam ser aceites e não precisaria de voltar ao banco dos réus, mas a justiça espanhola resolveu que a infanta será julgada como cúmplice dos crimes alegadamente perpetrados pelo marido, através do instituto sem fins lucrativos Nóos - pelo meio do qual terá desviado 6,2 milhões de euros aos cofres estatais.
A audição aos arguidos começa a 9 de fevereiro e prolonga-se até dia 26, sendo a infanta a última a ser ouvida.
Recorde-se que o sindicato Mãos Limpas lidera a acusação popular contra Cristina, pois nem a procuradoria nem os advogados do Estado queriam que fosse julgada, alegando que devia ser aplicada a doutrina Botín. Esta estabelece que não se pode julgar alguém por crimes fiscais só a pedido da acusação popular.
O Tribunal recusou aplicar a doutrina Botín e Cristina arrisca uma pena de até oito anos de prisão.