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Internacional
Ex-futebolista Romário apoia manifestantes e critica FIFA
Romário (Ueslei Marcelino / Reuters)
Redação Lux em 22 de Junho de 2013 às 20:13
O ex-futebolista brasileiro e campeão do mundo Romário, manifestou hoje o seu apoio aos manifestantes que exigem melhores serviços públicos e criticou a FIFA (Federação Internacional de Futebol), que acusou de mandar no Brasil.

«Os nossos governantes têm que perceber definitivamente que, a partir de agora, acabaram os dias de desvios, corrupção, roubos, desonestidade e, principalmente, de falta de respeito para com o nosso povo», disse Romário num vídeo difundido na sexta-feira, na Internet, de acordo com a agência noticiosa espanhola EFE.

Romário, que atualmente cumpre um mandato de deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro, é um dos principais críticos das concessões feitas pelo Brasil à FIFA para organizar o Mundial de 2014 e a Taça das Confederações, que começou há uma semana.

Entre as críticas dos manifestantes, que há uma semana saem todos os dias à rua - na quinta-feira, concentraram-se cerca de 1,2 milhões de pessoas numa centena de cidades - destacam-se as que se referem aos elevados gastos do Estado na construção de estádios para o Mundial.

«O verdadeiro presidente do Brasil hoje chama-se FIFA. Ela chega aqui e monta um Estado dentro do Estado», afirmou o deputado Romário.

«A FIFA terá um lucro de quatro mil milhões de reais (cerca de 1,6 mil milhões de euros) e teria que pagar impostos de mil milhões de reais, mas não vai pagar nada», garantiu, ao citar as concessões fiscais decididas pelo governo brasileiro.

«É o mesmo que dizer que ela chega, monta o circo, não gasta nada e leva tudo», sublinhou.

O antigo atacante do FC Barcelona disse que quando o Brasil foi escolhido para organizar o Mundial de 2014, o orçamento para o evento era de 23 mil milhões de reais, mas agora ronda os 28 mil milhões de reais.

Romário acrescentou que a África do Sul gastou quatro vezes menos para organizar o Mundial de 2010, e o Japão e a Alemanha quase uma terça parte para organizar os de 2002 e 2006, respetivamente.

Para o deputado, o dinheiro investido no Mundial teria sido suficiente para construir oito mil novas escolas e até 28.000 recintos desportivos em todo o país.

Romário também criticou o antigo futebolista Ronaldo, companheiro na seleção brasileiro e membro da comissão organizadora local do Mundial, por ter prometido, em vão, 32 mil entradas para deficientes físicos no evento.

LUSA
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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