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Nacional
José Guinot em 10 de Julho de 2010 às 19:05
José Castelo Branco revela que teve um romance com um futebolista famoso em 1980 - parte I
Depois de vários meses a anunciar que ia escrever a sua biografia, finalmente está nas bancas o livro «Toda a Verdade» - escrito pelo jornalista Ricardo Santos - onde José Castelo Branco conta a sua vida. A infância em Moçambique, a juventude em Lisboa, os desfiles nas passerelles enquanto Tatiana Romanov, os escândalos em que se envolveu. Fala um pouco de tudo. Que foi violado em criança e que era constantemente seduzido por homens e mulheres. E também fala da sua ambiguidade sexual. Homo, hetero ou bissexual? Talvez um pouco dos três «géneros».

«Com os homens era fugaz e com as mulheres era fogoso», diz.

Em discurso directo, José Castelo Branco conta «a sua verdade» sobre a sua vida, no seu estilo polémico e provocador. O capítulo mais surpreendente é talvez aquele em que fala da sua fase Tatiana Romanov, quando se vestia de mulher e desfilava pelos bares da moda em Lisboa.

Na época, início dos anos 80, os locais mais badalados da capital eram o Bric, o Stones e o Trumps. Foi nessa altura, conta, que conheceu várias figuras públicas. E ter-se-á envolvido sentimental e sexualmente com algumas. No referido capítulo - intitulado «Do Cabaret para o Convento», na página 89 - José Castelo Branco ocupa três páginas a falar de futebolistas e das relações que manteve com alguns. E, sem revelar nomes, conta mesmo um episódio concreto em relação a um futebolista em particular.

«Em 1980, tive um romance importantíssimo com um grande jogador de futebol, que me levava para Paris e tudo. Lá, depois de muitas ostras e champanhe, fomos para o quarto e a coisa correu mal para ele. Eu não quis nada», conta.

Mais à frente (na página 90), sem dizer o nome do envolvido e o hotel onde tudo se terá passado, José Castelo Branco revela, contudo, alguns pormenores: «Foi no centro de Lisboa e ele era capitão da sua equipa em Lisboa e da Selecção Nacional. (...) Pensou que eu devia ter alguma fantasia e enfiou-me no Porsche Carrera dele. Éramos quatro bem apertadinhos. No hotel entrava-se directamente da garagem para os quartos. Eu ia vestida para matar. Tinha um véu colado pela cabeça e pescoço, estava no auge. Vestia um fato com ombros enormes, muito dramático, bem anos 80. Estava de saia triangular, meias de rede e sapatos de saltos altos encarnados.»

José garante que o futebolista em questão sabia que ele era um transexual. «O principal, o dono do carro, sabia [que ele, Tatiana Romanov, era um homem], conhecia-me de Paris porque entretanto ele tinha ido jogar para lá. (...) A minha imagem não era de homem, nunca foi, ainda hoje não é. Um deles estava fora do contexto, tinha caracóis, era um guarda-redes importante, mas não do Benfica», pode ler-se.

Mas as memórias destas aventuras com os jogadores de futebol continuam um pouco mais à frente: «Acabaram todos ao molho e fé em Deus e eu sempre a assistir, tipo «Dominatrix». Havia muito champanhe e eles «enrolaram-se» todos. Só me despi e fiquei de salto alto e chicote. Tenho um fetiche por chicotes e chibatas, que já vem de há décadas. Faz parte do meu imaginário. (...) Cheguei a estar num quarto cheio deles, a agarrarem-se uns aos outros e depois queriam «comer-me». Nesse quarto eram seis futebolistas de topo e dois deles eram do Benfica», conta, sem rodeios ou meias-palavras.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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