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Nacional
Vasco Holstein de Mello conhece a sentença no dia 19
Lux
Redação Lux  com Vanessa Bento em 6 de Novembro de 2010 às 16:09
É já no próximo dia 19 de novembro que Vasco Holstein de Mello, de 31 anos, e os restantes seis arguidos do caso vão ficar a saber o seu destino. O sobrinho do sétimo Conde de Murça incorre numa pena que pode ir dos 5 aos 15 anos de prisão, por tráfico de droga agravado. A 20 de outubro, dia em que foram feitas as alegações finais deste caso, no Campus de Justiça de Lisboa, o Ministério Público optou por não indicar o número de anos que gostaria de ver aplicado a Vasco Holstein de Mello.

«Pois, o Ministério Público não quantificou a pena. Já é normal. Eu próprio não quero fazer prognósticos. Temos algum otimismo, mas falar sobre os anos que esperamos que sejam aplicados ao Vasco seria entrar no trabalho e na decisão do tribunal. E isso, eu não quero fazer», assumiu o advogado de defesa do arguido, Fernando Arrobas da Silva.

No entanto, o advogado garante que «se a pena não for ao encontro do que pensamos ser o indicado, iremos recorrer da sentença. Já falei sobre isso com o Vasco e com a sua família e já é ponto assente entre nós», afirmou.

Entretanto, Vasco Holstein de Mello, que confessou ser o responsável do grupo pelo escoamento da droga proveniente do Brasil, aguarda a leitura da sentença com algum nervosismo.

«Ele está um bocadinho ansioso, mas tem consciência daquilo que fez. Sabe que teve um comportamento desviante, mas também colaborou com a polícia de livre e espontânea vontade», referiu Arrobas da Silva.

Embora Vasco Holstein de Mello tenha sido apanhado pela polícia com 15 kg de cocaína, poderão existir situações abonatórias que podem conduzir a uma redução da pena. Neste caso concreto, a sua colaboração espontânea com a polícia e o facto de ter indicado a pessoa a quem entregava a droga para esta ser vendida nos bairros mais problemáticos de Lisboa são, decerto, comportamentos que o coletivo de juízes vai ter em consideração na hora da decisão.

Divorciado e pai de um bebé de 11 meses, o sobrinho do sétimo Conde de Murça aguarda, agora, a decisão do tribunal. Com ele, esperam também os restantes envolvidos neste caso de tráfico de droga, empresários, comissários e assistentes de bordo que usaram as suas influências e profissões para trazer droga do Brasil para o nosso país.

Preso há mais de um ano, Vasco tem contado com o apoio incondicional da mãe, Bárbara Carrasco, ao longo de todo este processo. Como é diabético, Vasco Holstein de Mello teve de ser, entretanto, operado ao olho esquerdo, na Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, em Lisboa. Integrado na prisão de Caxias, a recuperação desta intervenção cirúrgica revelou-se mais demorada do que o esperado. No entanto, e para indignação de Bárbara Carrasco e do próprio Vasco, nem durante este período de recuperação a família paterna do arguido se mostrou interessada na sua situação.

Na realidade, Vasco Holstein de Mello chega a questionar, na sua página de Facebook, se tem pai. À parte o afastamento da família paterna, Vasco Maria Holstein de Mello tem tentado adaptar-se aos dias na prisão e ao quotidiano que passou a conhecer desde que foi preso pela Polícia Judiciária, em 2009. A sua tentativa de ganhar dinheiro rapidamente levou-o a viver uma realidade bem distante daquela que sempre conheceu. Oriundo de uma família tradicional, Vasco Holstein de Mello assume que se deixou arrastar pelas malhas da droga e pela ilusão do dinheiro fácil.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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