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Moda e Beleza
Nuno Gama comemora 20 anos da marca
Nuno Gama Foto: Lux
Redação Lux em 26 de Março de 2013 às 09:37
Uma «grande paixão», mais forte do que ele próprio, ajudou o criador de moda Nuno Gama a chegar aos 25 anos de carreira e 20 da marca, mesmo que algures no caminho tenha «perdido tudo» num incêndio.

Em criança, Nuno Gama «não fazia ideia do que era» ser-se designer de moda. Em entrevista à agência Lusa, a propósito do quarto de século de carreira que celebra este ano, o criador lembrou que «a família toda estava à espera que fosse arquiteto».

«Adorava fazer casas com Lego e fazia-as bem divididas e bem estruturadas, então o meu pai ficava com um ar muito orgulhoso», recordou.

O mundo perdeu um arquiteto, mas ganhou um designer de moda quando, «de repente», Nuno Gama cresceu «imenso» e teve de começar a criar as suas roupas porque não havia nada que lhe servisse.

«Na altura não havia oferta nenhuma de roupa para gente do meu tamanho. Calçava 45 e o máximo que havia em sapatos era o 43, as calças ficavam-me pelos tornozelos, tinha sempre os pulsos de fora» contou.

Este «foi o início, o abrir a porta». O mês de outubro de 1998 marcou um quase encerramento dessa e de todas as portas que se abriram entretanto.

No ateliê que o criador tinha a Rua do Almada, no Porto, cidade onde estudou e se radicou nos primeiros anos de carreira, um incêndio destruiu praticamente todas as coleções criadas até então e obrigou-o a encerrar as lojas que tinha entretanto aberto em vários locais do país.

Nuno Gama assume que na altura lhe passou pela cabeça desistir, mas não o fez por causa da «grande paixão» que sente pelo que faz - é «uma coisa muito mais forte» do que ele.

Ao longo destes 20 anos de marca, uma das características do seu é a utilização de elementos tipicamente portugueses, como a cruz dos Templários ou os lenços de Viana do Castelo.

Outra é que não tem medo de revelar o que lhe vai na alma: «Se calhar é um bocado esse o segredo [para ter chegado aos 25 anos de carreira e 20 de marca]. Algum pedaço de alma que vai agarrado aos cabides».

Olhando para o futuro, Nuno Gama apercebe-se que ainda tem «imensa coisa para fazer».

«Se estivesse cá 500 anos, acho que não chegariam para as coisas todas que gostaria de fazer», disse, estando entre elas lançar um perfume ¿ o que se calhar já poderia ter feito, mas quer guardar para «mais tarde fazer muito bem feito a nível internacional» - e desenhar mobiliário, carros, ou relógios.

Apesar de o país não viver uma «fase de euforia», o negócio «tem corrido bem» a Nuno Gama.

«Temos ido "step by step" [passo a passo], em vez de fazermos 20 fazemos 10, em vez de tudo fazemos alguma coisa e estamos sempre a fazer coisas», afirmou.

O importante, lembrou, é não baixar os braços, não desistir, não deixar de se ser criativo e tentar perceber o que o cliente quer, o que procura, o que gostaria de ter, porque «é isso que solidifica a marca e ao mesmo tempo também surpreende o cliente».

LUSA
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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