Foi através do Facebook que Carlos Cruz voltou a afirmar que não vai desistir de provar a sua inocência.
Num texto em que explica todas as suas perspectivas, o e-apresentador de televisão mostra-se convicto que, independentemente do que vir a acontecer, a verdade vai ser apurada.
Leia o texto na íntegra
«Há quatro cenários possíveis:
1- Manutenção da sentença de 1ª instância
2- Redução de pena sem suspensão
3- Redução de pena com suspensão
4- Absolvição
As provas da minha inocência são públicas graças ao meu livro. Estão lá depoimentos em inquérito e em tribunal e documentos processuais que atestam a minha inocência e mostram as falhas e seus responsáveis. Depois de o ler e estudar, por exemplo António Pedro Vasconcelos escreveu que ¿comparado com o meu caso o ¿Processo¿ de Kafka é conto de crianças¿ e o Dr. Mário Soares subscreveu a sua crença na minha inocência. E três dos quatro comentadores do programa ¿Eixo do Mal¿, da Sic Notícias, criticaram o processo, um deles disse que em cada página sentiu um arrepio e Clara Ferreira Alves salientou, no mínimo, a existência do figura do ¿in dúbio pró reo¿ no enquadramento jurídico português que parece estar a ser ignorado.
No passado dia 9 o Dr. Ricardo Sá Fernandes foi mais uma vez brilhante e de novo demonstrou a minha inocência com argumentos probatórios inegáveis para qualquer mente séria, honesta.
Mas a decisão é do juízes e essa é imprevisível. A escolha que se lhes depara é muito simples: ou defendem a Verdade, mesmo que isso custe uma crítica aos e dos colegas da primeira instância, ou tomam a atitude corporativa de condenar um INOCENTE para não prejudicar a imagem desses colegas. Terão que escolher ente a Justiça e o corporativismo. Terão de decidir entre viver com a consciência intocável ou sobreviver com o ónus de terem ajudado a destruir a vida de um cidadão que não cometeu nenhum crime. Nem estes nem outros. Terão que escolher entre dignificar a JUSTIÇA e a profissão que escolheram ou contribuir para aumentar a mancha que foi lançada sobre ela. Terão que escolher a nobreza da actividade de julgar ou o sacrilégio de ofender e agredir o mais alto valor da Sociedade e da Democracia: a JUSTIÇA.
Condenar sustentando a teoria da ¿ressonância da verdade¿ inventada na primeira instância não é condenar: é LINCHAR.
E será possível viver assim? Com o ónus de CONDENAR UM INOCENTE? Não sei. Sei que eu e as pessoas com uma visão moral, ética e justa da vida não o suportaria.
Se isso acontecer, repetirei as palavras de Galileu Galilei quando a Inquisição o obrigou a negar a verdade do movimento da Terra: ¿E no entanto ela move-se¿. E nada, nenhuma condenação, consegue alterar a realidade. ¿E no entanto ela move-se¿. E no entanto eu estou inocente! Como a História virá a revelar.
Este processo Casa Pia não vai ficar fechado nos arquivos. E os movimentos e acções começam a surgir: fui contactado por um investigador da Universidade Nova e sei que a Associação Europeia de Estudantes de Direito vai escalpelizar os erros cometidos. E há mais movimentos interessados em trazer a Verdade ao de cimo.
Será a História a fazer o julgamento definitivo. E nesse, não serei eu o arguido.