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Casa onde viveu Salazar à venda por cinco milhões de euros
Casa de Salazar à venda por cinco milhões (LUSA)
Redação Lux  com AA em 27 de Julho de 2014 às 14:19
A casa que António de Oliveira Salazar escolheu para viver, em 1933, data da instituição do Estado Novo, mas que abandonou após ter sido alvo de um aparatoso atentado, em 1937, está à venda por cinco milhões de euros, noticia a «Lusa».

O ditador viveu no n.º 64 da Rua Bernardo Lima, em Lisboa, edifício atualmente em ruínas, com árvores que crescem pelas janelas e de que apenas resta a fachada.

À venda pelo preço base de 5,5 milhões de euros, a imobiliária considera que se trata de «um terreno com enorme potencial, no centro de Lisboa, com 1410 m2», na zona do Marquês de Pombal.

Segundo o agente imobiliário responsável pela venda da casa, Sérgio Pires, o preço estipulado prende-se com «o valor do terreno e não pelo edifício em si».

Salazar muda-se para a capital, em 1928, vindo de Coimbra onde estudou Direito, para desempenhar funções como ministro das finanças.

O ditador viveria na Bernardo Lima até ocupar o Palácio de São Bento, depois de ter sido alvo do «único atentado» contra a sua vida, em 1937, o qual sobreviveu «por um triz», recorda o historiador João Madeira.

Como cristão que era, o presidente do conselho costumava ir todos os domingos à missa, na capela privativa do seu amigo Josué Trocado.

No dia 4 de julho de 1937, durante o trajeto habitual de domingo de manhã, entre a sua casa e a capela na Rua Barbosa du Bocage, Salazar foi alvo de um atentado.

«Salazar preparava-se para sair da sua viatura oficial, um ¿buick¿ (¿) De repente, uma enorme explosão atroa os ares e esventra a rua. Fumo, pedras, lajes e placas voam pelos ares. Abre-se uma cratera larga e funda na rua. Ouve-se gritos, gente que foge, pessoas que acorrem a ver o sucedido», descreve o historiador João Madeira, no livro «1937 - O atentado a Salazar ¿ A frente popular em Portugal».

Por pura sorte, Salazar escapou sem um arranhão deste atentado, que «só não fez vítimas por um erro de cálculo dos responsáveis», afirmou Joaquim Vieira, atribuindo a responsabilidade a um grupo de anarquistas revoltados pelo apoio político e material do ditador português «aos nacionalistas contra a República em Espanha, chefiados pelo general Francisco Franco».
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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