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Iniciativa original leva nova vida a rua histórica de Viseu
Iniciativa Jardins Efémeros em Viseu Foto: Facebook
Redação Lux em 27 de Julho de 2013 às 17:27
Subir ou descer a Rua Direita de Viseu tornou-se uma prática quase obrigatória, com paragem mais demorada por algumas lojas recentemente reinterpretadas no âmbito do projeto Jardins Efémeros, que tem trazido "vida" ao coração da cidade.

A Rua Direita de Viseu ganhou novo fôlego e o burburinho que se ouve logo à entrada faz adivinhar a movimentação de outrora, que se foi perdendo nos últimos anos.

"Estou tão admirada, há tanto tempo que não via esta rua com tanta gente. Algumas lojas estão mais bonitas e as pessoas vêm aqui com outra vontade", admitiu Cidália Fernandes.

Depois de uma incursão pela primeira metade da rua, Cidália Fernandes entrou na Loja Tininha, um estabelecimento comercial de roupa interior onde na entrada foi pendurado um lustre com várias cuecas antigas.

"Está tudo tão bonito que nem parece a Rua Direita dos últimos tempos. Agora sim, faz-me lembrar a Rua Direita de antigamente, por onde passava toda a gente que vinha visitar a cidade", alegou.

A poucos metros, também a Drogaria Cedofeita foi reinterpretada, para regozijo de Andreia Mões, a filha do proprietário.

"Com este projeto conseguiu-se um mar de gente na zona histórica da cidade. Nunca vi tantas pessoas a passarem nesta rua, a tirar fotos, filmar e com grande curiosidade em ver o que as lojas têm de novo", apontou.

Ao todo foram intervencionadas 15 lojas da Rua Direita, no âmbito do projeto Jardins Efémeros, uma iniciativa idealizada e colocada em prática por Sandra Oliveira, com a ajuda da arquiteta Joana Astolfi.

A reinterpretação da rua visou dar aos seus lojistas a capacidade de se adaptarem à realidade atual e assim cativarem clientes que criem a rotina de passar pelo centro histórico.

Para tal, foram selecionadas 15 lojas mediante alguns critérios que privilegiaram os espaços com interiores mais marcados pelo tempo ou com artigos que abrissem portas para a criação de instalações de arte.

A mutação mais profunda foi levada a cabo na tinturaria 'A Nova Económica', que está completamente irreconhecível e vem sendo local de romaria diária.

"As pessoas entram e gostam muito da nova cara que o espaço ganhou. O jardim que temos nas traseiras ficou lindíssimo e está a encantar os clientes", revelou a lojista Alda Martinho.

A rua ficou mais movimentada durante o dia, mas, na sua opinião, é à noite que mais se nota que o coração da cidade ganhou 'vida' nova.

"Esta semana as lojas têm mantido as portas abertas até à meia-noite e é neste período que recebemos mais visitas. As pessoas entram na tinturaria e vão até ao jardim e ficam, sentam-se e conversam", descrevem

Um pouco mais abaixo, na Livraria Cami, a montra foi refeita, para além de ter sido criado um espaço de estar no seu interior.

O proprietário, Joaquim Rebelo, garante que a Rua Direita tem recebido a visita de pessoas que já por ali "não se perdiam há anos".

Para já, a afluência "ainda não se traduziu em negócio, mas é muito bom que se ganhe o hábito de vir outra vez à Rua Direita".

Na sua opinião, "é uma questão de tempo até se refletir nas vendas. O objetivo imediato era trazer gente a uma rua que estava esquecida".

Fazendas Nandita, Sapataria Paulo Domingos, Casa Eunice, Sapataria EG, Bazar Litos, A Marisqueira, Drogaria Cedofeita, Casa Sol, Foto Batalha, Casa Joaninha, Casa Tininha, José Alcides, Tinturaria A Nova Económica, Papelaria Cami e Casa Guimarães são as 15 lojas reinterpretadas.

"Rua Direita - Esta rua não acaba aqui" é uma das iniciativas do projeto Jardins Efémeros, que decorre até domingo, proporcionando 112 atividades.

LUSA
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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