As alegações finais do processo contra o antigo inspetor da Polícia Judiciária Gonçalo Amaral, acusado de difamação pelos pais de Madeleine McCann, criança inglesa desaparecida no Algarve, foram hoje marcadas para 7 de janeiro, informou o tribunal.
Segundo a Secretaria da 1ª Vara do Tribunal Cível de Lisboa, no Palácio da Justiça da capital, o início da sessão de julgamento destinada à apresentação das derradeiras alegações está programada para as 09h30.
Nesta ação cível, o casal McCann pede uma indemnização de 1,2 milhões de euros por alegada difamação do réu, que investigou o desaparecimento de Madeleine (Maddie), a 3 de maio de 2007.
A família McCann recorreu a tribunal, igualmente por considerar que foram violados direitos, liberdades e garantias.
No livro «Maddie: A Verdade da Mentira», da autoria de Gonçalo Amaral, o antigo inspetor da PJ defende a tese de ocultação de cadáver por parte de Kate e Gerry McCann.
Em processo conexo, o casal McCann apresentou uma providência cautelar para proibir a comercialização do livro e do vídeo com o mesmo título, baseado num documentário exibido na TVI.
Em janeiro de 2010, a 7ª Vara Cível de Lisboa decidiu impedir que o livro de Gonçalo Amaral e o vídeo se mantivessem excluídos do mercado.
No recurso, o Tribunal da Relação de Lisboa anulou esta sentença a 19 de outubro de 2010, após o qual Kate e Gerry McCann recorreu para o Supremo Tribunal de Justiça, que confirmou a decisão a 18 de março de 2011.
Madeleine McCann desapareceu num apartamento de um aldeamento turístico na Praia da Luz, no Algarve, onde se encontrava de férias com os pais e os dois irmãos gémeos.
Kate e Gerry, que afirmaram sempre que a criança foi raptada, foram constituídos arguidos em setembro de 2007.
O processo foi arquivado por falta de provas em julho de 2008 e reaberto a 24 de outubro deste ano.
Uma equipa de investigadores da Scotland Yard já pediu a colaboração das autoridades portuguesas para realizar investigações em Portugal.
Lusa