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Maddie: testemunhas acreditam que Maddie morreu no apartamento
McCann vs Gonçalo Amaral (Lux)
Redação Lux  com Lusa em 13 de Janeiro de 2010 às 10:03
As testemunhas de defesa de Gonçalo Amaral sustentaram, esta terça-feira, no julgamento sobre a proibição do livro «Maddie - A Verdade da Mentira», que a tese do ex-inspector da PJ de que o casal McCann esteve envolvido no desaparecimento da filha resultou da investigação policial.

Na primeira audiência do julgamento da acção interposta pela família McCann contra Gonçalo Amaral, que decorreu no Palácio da Justiça, em Lisboa, as quatro testemunhas defenderam que a teoria do ex-agente não prejudica nem impede qualquer investigação para a descoberta de Madeleine com vida.

O primeiro a rebater a argumentação de Kate e Gerry McCann, presentes na sessão, foi o procurador da República de Portimão Magalhães Menezes, que, ouvido em vídeo-conferência, disse que a tese «da morte da criança era uma das possibilidades inicialmente avançada pela PJ», indício que levou «à constituição do casal inglês como arguido».

O titular do inquérito ao desaparecimento da criança inglesa, a 3 de Maio de 2007, referiu que «manteve-se em aberto a tese de crime de homicídio e de ocultação de cadáver por não se saber o que aconteceu» e sublinhou que «nada no inquérito levou a que o casal McCann cometesse qualquer crime», levando ao arquivamento.

O inspector Tavares de Almeida, que participou na investigação, relatou a diligência com os dois cães para detecção de sangue e odor a cadáver no apartamento da Praia da Luz, Algarve, onde a criança passava férias com os irmãos e os pais, e na viatura alugada por Kate e Gerry.

Referindo que na investigação «sempre se falou em morte acidental», Tavares de Almeida vincou que «todos os actos foram gravados, com imagem e so, e notou que, naquela altura, eram fundadas as suspeitas de crime de ocultação de cadáver e simulação de rapto.

«Gonçalo Amaral não usurpa as conclusões da investigação, porque são aquelas que vieram da investigação», disse Tavares de Almeida.

Por sua vez, o inspector da PJ Ricardo Paiva, oficial de ligação à Polícia inglesa e depois à família McCann, disse que «a tese do livro de Gonçalo Amaral é a da investigação» e garantiu que não existiu «qualquer intenção» do autor do livro «em prejudicar o casal».

Por último, o coordenador superior de Investigação Criminal da PJ e director nacional da Unidade de Combate ao Banditismo assegurou que o descrito na obra «são factos que estão filmados e descritos e que estão no processo».

Nunes das Neves chegou a dizer que a teoria de morte de Madeleine foi «uma das hipóteses assumidas» por Kate.

No entanto, reconheceu que «não há prova de sustentação» do falecimento da criança, mas, enfatizou, «sabe-se como as coisas aconteceram».

A acusação, através da advogada do casal McCann, Isabel Duarte, confrontou as testemunhas com alegadas incongruências do livro, como o trajecto em que um casal irlandês disse ter visto um homem com uma criança ao colo a encaminhar-se em direcção às praias, no dia do desaparecimento.

«O livro está cheio de inferências e deduções», disse Isabel Duarte, no final da audiência, que continua na quarta-feira, com a inquirição de testemunhas de defesa.

Além de Gonçalo Amaral, que dirigiu inicialmente a investigação sobre o desaparecimento da criança inglesa, neste julgamento são ainda visadas a editora Guerra & Paz, a TVI, por ter exibido documentário baseado na obra, e a produtora Valentim de Carvalho, por ter comercializado o vídeo desse programa.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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