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Nacional
Mário de Carvalho homenageado no festival Escritaria
Mário de Carvalho
Redação Lux em 5 de Outubro de 2013 às 10:57
Mário de Carvalho é o homenageado no Escritaria, este fim de semana em Penafiel, um autor que a professora universitária Paula Morão considera «um dos maiores escritores portugueses vivos».

Até domingo, o centro histórico da cidade recebe elementos de arte urbana, teatro de rua e conferências alusiva à vida e obra do autor, que lançou no evento, na sexta-feira, o seu último livro de contos, «A liberdade de Pátio».

Para a professora catedrática da Faculdade de Letras de Lisboa Paula Morão, Mário de Carvalho «tem uma sabedoria absolutamente fora de série sobre a condição humana, sobre Portugal na sua dimensão histórica, que inclui o presente, e é um ironista dos mais finos da atualidade».

Leitora desde a primeira hora, Paula Mourão fez parte do júri do primeiro prémio que o escritor recebeu, o prémio Cidade de Lisboa, pelo seu romance «O Livro Grande de Tebas, Navio e Mariana», de 1982.

Hoje ainda não consegue «escolher um livro do Mário de Carvalho que não seja tão bom» e considera que «é tudo de categoria igual, isto é a categoria máxima».

Se tivesse que recomendar a um leitor que não conheça o Mário de Carvalho, «recomendaria um livro de contos, nomeadamente um dos últimos, mas também podia ser «A Arte de Morrer Longe», que é um texto relativamente curto mas que é uma obra absolutamente espantosa sobre o quotidiano português».

O escritor Rui Cardoso Martins é uma das figuras da literatura que vai estar presente no festival literário, por onde devem passar nomes como Carlos Avillez, José Fanha, Lídia Jorge, Marie-Hélène Pwinick, Pedro Vieira, Ricardo Araújo Pereira ou Rui Zink.

Para Rui Cardoso Martins, autor de «E se Eu Gostasse Muito de Morrer», Mário de Carvalho «sendo uma força universal, é uma pessoa muito discreta» e espera «que aquilo que vai acontecer agora em Penafiel saiba mostrar a algumas pessoas que estão um bocadinho esquecidas da importância dele, o lugar que ele merece, porque é dele, não que tenham de lho dar».

Rui Cardoso Martins lembrou à Lusa livros como «Casos do Beco das Sardinheiras» e «A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho» como «uma forma nova de introduzir o fantástico e uma análise muito bem feita de intervenção social e até política, com humor».

Para Rui Cardoso Martins, o escritor «é uma pessoa que tem uma extraordinária capacidade de usar as palavras certas, de inventar coisas que ficam nos ouvidos». Como exemplo, lembrou a frase «não confundir género humano com Manuel Germano» que «as pessoas deviam saber que pertence ao Mário de Carvalho».

«Ele tem um ouvido excecional para falar dos portugueses», concluiu.

O evento já homenageou em edições anteriores escritores como Urbano Tavares Rodrigues, José Saramago, Agustina Bessa-Luís, Mia Couto ou António Lobo Antunes.

Lusa
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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