PUB
PUB
Nacional
Redação Lux  com Lusa em 2 de Julho de 2010 às 11:48
«Look Pulp Fiction» dá papel em Hollywood à portuguesa Sandra Cardinali
A «atitude» em palco e o «look pulp fiction» valeram à atriz portuguesa Sandra Cardinali um papel em «Real Steel», que a Dreamworks começará a rodar em julho, com produção de Steven Spielberg e Robert Zemeckis.

Agora, e já com «borboletas no estômago» nas vésperas da partida para as filmagens próximo de Detroit, prepara-se para interpretar uma «humanóide» ¿ meio humana e meio robô ¿ que «só pensa em lutar», disse à Lusa a atriz.

«Os humanóides estão programados para isso. Para lutar, vencer, destruir. Mas depois vem ao de cima a parte humana em que se mistura tudo e tornam-se mais sentimentais».

«É a mistura da máquina com o ser humano: dentro do ringue é só força e vontade de destruição para vencer, e fora começa a perceber-se que chora, sente e há sempre a parte sentimental que o robô não entende», disse em entrevista à Lusa.

O filme realizado por Shawn Levy tem como estrela Hugh Jackman, que faz papel de agente de lutadores, e que se vê envolvido num drama quando descobre ser pai de uma criança.

Para Sandra Cardinali, que mesmo com experiência de teatro em Londres afirma não encontrar trabalho como atriz em Portugal, estão reservadas cenas de lutas com diálogo, coreografadas, e também trabalho de figuração.

«Vão ser cenas difíceis, para fazer não à primeira nem à segunda», afirma Sandra Cardinali.

A oportunidade de representação, aos 35 anos, surgiu através de um workshop nos Estados Unidos em 2009.

Através de uma agente que então conheceu, conseguiu lugar no casting livre da Dreamworks, no qual interpretou uma cena de Meg Ryan no filme «City of Angels».

«Fui, mas com o não garantido. Pensei: depois vou para Portugal e ponho no currículo que participei num casting para a Dreamworks e já é uma coisa grandiosa».

Para «grande surpresa», ficou entre as 80 selecionadas para o segundo casting, de que sairiam 22 pessoas.

Já em mãos com uma cena do filme, os nervos foram maiores porque não havia o descomprometimento do primeiro casting.

Foi no início do ano recebeu a notícia, de madrugada, e «a princípio achava que era brincadeira».

Horas mais tarde, ligou de volta para o mesmo número, percebeu ser verdade, ao que se seguiu «um estado de euforia, como se tivesse ganho o Euromilhões».

«Disseram-me que gostaram da minha atitude e look pulp fiction¿ e acharam que teria potencial», afirma a atriz.

Agora, afirma, o estado é de «muitos nervos» e ânsia para começar, até porque o desempenho pode abrir a porta a outros trabalhos.

«Vai ser um desafio bastante estimulante para mim que me considero uma atriz sem experiência, tenho feito cinema e teatro, mas produções pequenas. É o desafio da minha vida».

«Espero agradar e continuar por lá, mas só se me deixarem vir a Portugal porque não me vejo a viver nos Estados Unidos. Estou muito agarrada as minhas raízes, à família e aos amigos», adianta.

Em Portugal, afirma, tem sido mais difícil encontrar trabalho de representação, e até castings, tanto que se dedica também a produção de eventos.

«Disseram-me que não era suficientemente conhecida, mesmo pessoas amigas. Não me chamam para testes, nem me deram oportunidade de mostrar o meu valor», lamenta.

Por isso, afirma, a experiência em Hollywood é também uma esperança de alcançar «afirmação nacional».

«Geralmente começa-se cá, mais tarde faz-se workshops no estrangeiro e começa-se a fazer trabalhos internacionais. Comigo, foi tudo ao contrário», afirma a atriz.

PDF.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Comentários

PUB
pub
PUB
Outros títulos desta secção