Zita Silva, que se estreia a solo, esta terça-feira, na Casa da Música com um recital de harpa, no Porto, fez da música a sua escolha, e aos 17 anos é já um dos mais promissores nomes da cena clássica portuense.
«A música é a minha escolha», garantiu em entrevista à Lusa, assumindo que não consegue ver outro caminho para o seu futuro.
A maturidade que se vê em palco, sustentada por quatro primeiros prémios no Concurso Interno do Conservatório de Música do Porto, contrasta com a juventude do rosto e do discurso.
Zita Silva é um talento da música nacional, mas é, acima de tudo, uma jovem de 17 anos que descobriu a harpa sem saber muito bem como.
«Andava numa escola de música, tinha seis anos e a professora perguntou-me que instrumento queria tocar. E eu disse harpa. Não me lembro desse momento, não sei o porquê dessa escolha. Acho que pode ter sido associada a fotografias que a minha mãe tinha em casa, de uma senhora que tocava harpa num hotel», recordou.
Sem certezas, a jovem harpista sugere o «fascínio pela imagem do instrumento» como a causa mais provável de uma relação próxima que dura há 11 anos e foi fundamentada na aptidão musical descoberta ainda em criança e na formação no Conservatório de Música do Porto.
«Como na escola onde andava não havia harpa, porque não há muitos sítios com professores em Portugal, vim para o Conservatório do Porto, onde fiz o meu percurso com a professora Áurea Guerner [a mais antiga professora de harpa do Porto], desde os oito anos até agora», resumiu a jovem, residente em Paredes.
O dom foi desenvolvido ao longo dos anos, nas aulas:
«Desde o décimo ano entrei para o regime integrado. Até aí tinha de ir pelo menos dois dias por semana ao Porto.» - e em casa.
No último grau do curso de harpa e prestes a abraçar novos horizontes, Zita Silva sonha com voos mais altos: «Os meus planos? Já concorri a universidades de música em Londres e Manchester, tive duas respostas positivas. Penso estudar lá e depois ver o que o futuro traz».
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