Está a chegar ao fim o julgamento de Bárbara Guimarães contra o ex-marido, acusado de violência doméstica durante a fase final do casamento.
No dia em que começaram as alegações finais, o Ministério Público deu como provada a grande maioria dos crimes de que o ex-ministro era acusado e pede três anos e quatro meses de pena suspensa. Por existir o perigo de continuação da atividade criminosa, a procuradora Nadine Xarope pediu ainda ao tribunal a aplicação de uma pena acessória de proibição de contacto com Bárbara Guimarães por igual período.
Descontente com a pena, o advogado da apresentadora, Pedro Reis, deposita fé no cúmulo jurídico, relacionado com a condenação de Carrilho num outro processo recentemente terminado, e que pode vir a dar pena efetiva ao ex-ministro, caso seja superior a cinco anos.
Ao longo de mais de três horas, a procuradora referiu por diversas vezes a suposta “superioridade intelectual” de Carrilho em relação à ex-mulher “e a todos”, e chega mesmo a apontar como rastilho para os atos de violência, o pedido de divórcio feito por Bárbara Guimarães. “Como seria ela capaz de se divorciar de um intelectual da Sorbonne?” Implacável, a procuradora referiu “a frieza de espírito” de Carrilho, a sua “sede de vingança e de destruição, colocando de lado o bem-estar dos filhos”.
Acerca dos menores, Carlota e Dinis, filhos do ex-casal, relembrou que Manuel Maria Carrilho não dispensou o testemunho do filho e manteve o único objetivo de “destruir a assistente mesmo que os filhos sejam armas de arremesso”, ignorando “o impacto negativo” que todo este processo teria nas duas crianças. Já em relação a Bárbara Guimarães, que, como a maioria das vítimas mostrou “incapacidade e vergonha em assumir” o que estava a suceder, sempre demonstrou “genuína preocupação pelos filhos” e “nunca padeceu de um problema de álcool”, como Carrilho tentou fazer crer ao longo dos últimos anos.