PUB
PUB
Nacional
Caso Rui Pedro: tribunal revela hoje decisão
Filomena Teixeira e Manuel Mendonça
Redação Lux em 22 de Fevereiro de 2012 às 09:04
O Tribunal de Lousada profere esta quarta-feira o acórdão do julgamento do homem acusado do rapto de Rui Pedro, a criança de Lousada desaparecida desde 1998.

Nas alegações finais, realizadas no dia 27 de janeiro, o Ministério Público pediu uma pena «superior a sete anos de prisão» para Afonso Dias, único arguido do caso, acusado de um crime de rapto agravado.

Segundo a procuradora Elisa Cardoso, durante o julgamento ficou-se com «a certeza quase absoluta de que o arguido consumou o crime».

A magistrada alegou ter ficado demonstrada «a existência de indícios seguros».

«Com ligeiríssimas diferenças de pormenor, provou-se a totalidade do despacho da pronúncia», vincou ao coletivo.

Elina Cardoso destacou a importância e a coerência da prova testemunhal, nomeadamente dos antigos colegas de escola do menor, os quais disseram terem visto Rui Pedro entrar para o carro do alegado raptor no dia do desaparecimento (04 de março de 1998).

Para a procuradora, a prova testemunhal «manteve-se na íntegra», não tendo havido «contaminação».

«Até os mais exigentes terão de se render à prova feita em audiência», vincou.

Nas alegações finais, o advogado da família de Rui Pedro disse contar com a condenação, considerando «justo» se tal vier a ocorrer.

«Podemos ter a certeza que o Rui Pedro entrou no carro deste homem [arguido] e foi com ele às prostitutas», afirmou Ricardo Sá Fernandes nas suas alegações finais, assegurando que «a prova é arrasadora».

O advogado disse rever-se na medida da pena de prisão pedida pelo Ministério Público.

Ricardo Sá Fernandes insistiu que a prova da acusação é sólida e foi abundantemente feita em audiência.

Por seu turno, o advogado de defesa pediu a absolvição do arguido, considerando não ter ficado provado o crime de que está acusado.

«Não vai ser possível dar como provado que foi Afonso Dias [arguido] que levou Rui Pedro até Alcina Dias», defendeu Paulo Gomes.

O jurista procurou ao longo das suas alegações apontar o que considerou serem contradições de alguns depoimentos.

A propósito da dúvida que disse subsistir, alertou o tribunal para, com uma eventual condenação do arguido, «se estar a cometer um enorme erro», lembrando que Afonso Dias «está a ser julgado moralmente pelo desaparecimento de Rui Pedro».

Lusa
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Comentários

PUB
pub
PUB
Outros títulos desta secção