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Nacional
30 anos sobre a morte de Vinicius de Moraes: «Vivi para ser casado!»
Vinicius de Moraes
Patrícia Araújo em 9 de Julho de 2010 às 13:25
A mulher foi o grande tema da vida e da obra do poeta e amar, uma questão de sobrevivência. Por isso, amou «todas as mulheres do mundo» e casou-se com nove delas! Morreu aos 66 anos, de edema pulmonar.

Na manhã 9 de julho de 1980, «todas as artes morreram um pouco e as mulheres, principalmente, demorarão muito a encontrar outro homem que as ame tanto», registou a imprensa («Contigo» nº 308) evocando essa característica premente do artista «que só pensava em namorar!». Como o próprio escreveu, em 56, viveu para ser casado, e casou nada menos que nove vezes.

Tati (Beatriz) foi a primeira mulher com quem casou (em 39, por procuração) desafiando a tradição da Universidade de Oxford pois os bolsistas com menos de 25 anos eram obrigatoriamente solteiros.

O 1º casamento foi o mais duradouro, 11 anos e dele nasceram os filhos, Suzana e Pedro A segunda mulher (1946) foi Regina Pederneiras, uma beldade de 20 anos, mas o casamento, conflituoso, durou apenas 2 anos.

Lila Bôscoli (bisneta de Chiquinha Gonzaga) foi a terceira mulher. Foram casados 7 anos e tiveram 2 filhas. Lila foi a musa inspiradora de poemas como «A Hora Íntima», «Poema dos Olhos da Amada» ou o «Soneto do Amor Total». Mas Maria Lúcia Proença, a quarta mulher (1958), é aquela que é considerada o grande amor da vida do poeta. Ao lado de «Lucinha», Vinicius viveu um período bastante fértil, tanto no lado poético, como no musical. O casamento acabou em 63 quando Vinicius surgiu como o «poeta da bossa nova» mas ele tentaria reatar com a sua musa maior até o final da sua vida, sem sucesso... Ainda assim, não conseguia ficar solteiro, e, no mesmo ano casou com a modelo Nelita, de apenas 19 anos numa época em que Vinícius se entregou ao álcool. O casamento durou cinco anos e em 69, perdeu-se de amores pela jornalista Cristina Gurjão, 26 anos mais nova para quem escreveu «Pela Luz dos Olhos Teus».

Contudo, ainda no quinto mês de gravidez da mulher, envolveu-se com a actriz baiana Gesse, com quem casou um ano depois. Gesse passou a administrar os negócios do poeta que passou a viver como um hippie. Para muitos amigos, ela foi a «bruxa» que atormentou a vida de Vinicius. O «Soneto de Luz e Treva» foi escrito para Gesse...

Em 76, casou pela 8ªvez com a argentina Marta Rodrigues Santamaria (Martita), 40 anos mais nova, que inspirou, por exemplo, o «Soneto de Marta» mas dois anos depois, incorrigível, já estava a pedir em casamento a «socialite» Gilda de Queiróz, com quem viveu até o dia da sua morte. Para ela, Vinicius também escreveu uma música: «Nos abismos do infinito/ Uma estrela apareceu/ E da terra ouviu-se um grito/ Gilda, Gilda».
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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