O pai do jovem estudante português que desapareceu na madrugada de 11 de maio, após saltar para o Danúbio, pretende divulgar informação sobre o filho nos países percorridos pelo rio na esperança de o encontrar.
Miguel Ferraz disse hoje à agência Lusa que a probabilidade de encontrar o filho com vida é «baixíssima», mas confessou que ainda tem uma réstia de esperança.
«Há uma baixíssima probabilidade de, por qualquer razão, ele ter conseguido sair do rio e é nessa hipótese em que me quero concentrar», disse o pai do estudante de Erasmus, que se encontra na Hungria desde que o filho desapareceu.
O Danúbio percorre uma série de países e há histórias de pessoas que são arrastadas, entre outras situações, disse, confessando que a sua «única esperança» assenta nesta hipótese.
«Ele pode ter ficado inconsciente, saído do rio, pode estar amnésico ou encontrar-se nalguma situação que não podemos prever», sublinhou.
Por esta razão, Miguel Ferraz, a família e os amigos têm divulgado informação aos húngaros e agora aos países limítrofes na esperança dele «estar num sítio qualquer».
Gonçalo Ferraz e um jovem francês saltaram para o Danúbio, mas enquanto um conseguiu nadar até à margem, o outro não voltou a ser visto.
Desde essa altura, estão a ser realizadas buscas para encontrar o jovem, de 22 anos, no rio e nas margens.
«Entendo que, sem indício algum, o que se pode fazer é passar palavra. É isso que pretendo fazer, estando consciente que a probabilidade de o encontrar é muito baixa».
Estes dias têm sido vividos como «muito sacrifício e muita dor», disse.
«A única coisa que nos anima é a coragem que ganhámos e a vontade de o encontrar, procurando e falando com as pessoas», contou.
Os pais de Gonçalo foram para a Hungria no dia do acidente. Familiares e amigos mais próximos também estão no país para ajudar a divulgar o caso, junto das universidades e de várias instituições.
«A polícia tem dado um apoio extraordinário», assim como a embaixada portuguesa, cujo auxílio tem sido «muito acima de qualquer expetativa».
A polícia de Budapeste já informou que não há indícios de crime no caso do jovem estudante português, após terem surgido notícias que apontavam para a hipótese de o jovem ter conseguido chegar à margem, tendo sido depois raptado.
O estudante francês disse, entretanto, aos agentes da polícia que os dois se atiraram ao rio porque queriam nadar.
Uma funcionária da embaixada de Portugal na capital da Hungria dissera antes à Lusa que o jovem português saltou para o rio a partir de uma ponte no centro da cidade, com cerca de 10 metros de altura.
O incidente aconteceu depois de o estudante, bolseiro do Instituto Superior de Gestão, sair de uma festa de estudantes Erasmus.
Lusa