Na sequência de um novo caso de bullying, em que um jovem da Figueira da Foz surge num vídeo a ser agredido com murros e bofetadas por duas colegas, Ângelo Rodrigues resolveu partilhar a sua própria história.

O ator de “Poderosas” contou na sua página de Facebook que, aos 14 anos, condicionava a sua vida com medo de se cruzar com os agressores, alunos mais velhos da escola que frequentava: “Saltava a vedação nas traseiras da escola, porque sabia que se saísse pela entrada principal levava porrada. Evitava sair da sala de aulas no intervalo porque sabia que se saísse levava porrada. Não podia olhar nos olhos de dois rapazes mais velhos porque eles consideravam isso ofensivo. Por olhar, levava porrada.”

No mesmo texto, Ângelo Rodrigues defende que atos de violência nas escolas sempre aconteceram, “só não havia telefones com câmaras na altura.” 

À Lux, Ângelo Rodrigues confessou: “As agressões que sofri visavam intimidação repetida, ofensa, tirania e demonstração de domínio. Estas atitudes agressivas não tinham explicação plausível, e eram utilizadas apenas com o intuito de infligir dor e angústia.” E acrescentou: “Os agressores escolhem os alunos que estão em óbvia desigualdade de poder, seja por questões de idade, porte físico ou situação socioeconómica. O facto de ser fisicamente frágil e de ter uma baixa auto-estima tornava-me vulnerável aos bullies.”

Na altura, o ator não contou nem aos pais nem aos professores “por vergonha” e por acreditar que “era uma situação passageira”.

Hoje, Ângelo, que incentiva a denúncia por parte de quem é vítima de bullying, acredita que “se não tivesse crescido ao lado das pessoas certas, provavelmente hoje sofreria de algum complexo causado por um bloqueio de adolescência.”