Pedro Lima, que participou nos Jogos Olímpicos de Seul em 1988 e em Barcelona em 1992, está preocupado com o que possa, eventualmente, acontecer este ano na competição, que terá lugar no Brasil.
"Para ser sincero, tenho algum receio daquilo que pode acontecer no Rio de Janeiro. Todos nós sabemos que o Brasil está num processo delicado de transformação política, e isso tem consequências em termos de tensão social. Já os jogos olímpicos são o oposto disso. É um encontro de pessoas de diversos géneros, raças, civilizações e religiões para fazerem uma coisa que é competir, brincar, jogar, para ver quem é que joga melhor. Por isso é que se chamam Jogos Olímpicos. É um território da existência humana onde se esbatem todas as diferenças, mas o Brasil, neste momento, está a viver um período da sua história que é o oposto disso. Está tudo mal, ninguém se respeita e eu não estou muito otimista".
Foi com alguma nostalgia que o ator, de 45 anos, recordou ainda os tempos de atleta olímpico na modalidade natação.
"Eu recordo sempre esses momentos, sobretudo nestes anos de Jogos Olímpicos, quando vejo as cerimónias de abertura e de encerramento, ou algumas das exibições. Há sempre imagens muito intensas que recuperam as minhas memórias, que foram igualmente intensas quando tive essa experiência. Com 17 anos era um miúdo e, de repente, fui para os Jogos Olímpicos, onde convivemos com os melhores do mundo, que são os nossos heróis, e isso são momentos que nos marcam para sempre e que nos dão uma experiência de vida que é irrepetível".