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Nacional
Redação Lux  com AA em 3 de Julho de 2016 às 13:00
Camilo de Oliveira: Colegas homenageiam "sentido de humor malandro" do ator

Desde que foi noticiada a morte do ator Camilo de Oliveira, de 91 anos, as homenagens dos colegas têm-se sucedido.

Herman José, que admitiu que nos primeiros tempos “achava-o insuportável”, descreveu Camilo, em declarações à RTP, como um homem de grande “transparência e carácter que não se vergava aos jogos sociais”. "Homem pontual e exigente", Herman José reconhece-lhe o enorme profissionalismo e o profundo respeito pelo público. “Morre numa idade linda e invejável, numa idade em que todos merecemos morrer. Morre com uma mulher nova, bonita e que esteve sempre ao lado dele até ao fim com paixão total”, sublinhou, recordando que sempre "enfrentou as vicissitudes que a idade lhe trouxe nos últimos anos".

“Junto com esta tristeza, há um tirar de chapéu a uma vida comparável a uma peça de teatro, cujo terceiro acto acaba com dignidade e cujo pano se fecha com invejável competência”, rematou Herman José.

Também o ator Ruy de Carvalho reagiu à morte de Camilo de Oliveira. “É uma grande perda para o teatro português e para o espetáculo”, disse o colega de profissão que o classificou com “um muito engraçado criador de personagens, algo que fazia com muita classe”. Ruy de Carvalho referiu-se a Camilo como “uma estrelinha que ficou a marcar o espetáculo” e aproveitou para dar as condolências à esposa.

Já Simone de Oliveira recordou o comediante como um homem bom, com um temperamento por vezes “nada fácil”, mas muito amado por todos. “Trabalhei muito com ele, o Camilo foi o ator que foi, todos sabemos, viveu uma vida boa e longa”, disse Simone de Oliveira à agência Lusa.

Também Vítor de Sousa recordou uma vida dedicada ao teatro e à comédia. "Muitas pessoas saíam de casa sem saber o nome da peça ou da revista em que ele participava, mas como era com o Camilo de Oliveira era para divertir e isso acontece com poucas pessoas. Era um carimbo de garantia de que as pessoas se iam divertir, rir a bom rir, gargalhar e tinham no Camilo essa garantia", salientou o ator.

Heitor Lourenço, que contracenou com o ator em "Camilo, o Pendura" refere que guardará sempre a maneira como o Camilo o acolheu. "Era um "puto", como me chamava, queria aprender muito. Tinha ali ao pé de mim um "museu vivo". Bastava observá-lo com atenção. Não perdi a oportunidade rara de me tornar seu amigo. Com o tempo, e por causa da série "Camilo, o Pendura", comecei a chamar-lhe pai. O meu pai, o verdadeiro, tornou-se amigo dele também. A partir deste ano péssimo, já nenhum dos dois frequenta o café onde se encontravam quase diariamente. Para muitos ainda hoje sou tratado com "o filho do Camilo". Mas a verdade é que cada vez me sinto mais filho de nada", escreveu o ator no Facebook.

Apesar de não ter tido a oportunidade de trabalhar com Camilo, Ana Brito e Cunha falou à SIC Notícias para recordar “uma classe de muita categoria”. O homem que “nunca perdeu o sentido de humor malandro que lhe era pertinente” deixa lições de vida aos atores de gerações mais novas, considera a atriz, recordando a “coragem e bravura” de Camilo em “decidir parar” e abandonar a carreira na representação.

Em declarações à TVI24, Maria do Céu Guerra reagiu à morte daquele a quem se refere como “um cómico popular que atravessou gerações, que respirava respeito pelo público e pela arte de representar”. “Era um colega exigente, rigoroso, que não facilitava, mas era generoso”, lembra a atriz, que olha para Camilo como “uma pessoa afável e coerente”, afirmou a atriz.

Jessica Athayde escreveu no Instagram: "Que vida cheia de histórias que nos deixou. Fui a única a não perceber que já tinha 91 anos? Descanse em paz querido Camilo. 👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽".

Já o apresentador Daniel Oliveira recordou um momento da entrevista do ator ao programa "Alta Definição": "Um dia, alguém do público levantou-se e disse: Camilo de Oliveira nunca devias morrer".

Nuno Santos, que foi diretor da SIC evocou os muitos programas feitos pelo ator ao serviço da estação televisiva e publicou um vídeo de homenagem no Facebook. "Quando entrava em Carnaxide todas as pessoas se curvavam perante o seu talento. Hoje, respeitosamente, curvamos-nos perante a sua memória de extraordinário artista", escreveu Nuno Santos.

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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