Na reposição da peça de teatro “Noivo por Acaso”, no Teatro Sá da Bandeira, no Porto, Carla Andrino falou à Lux sobre a luta contra o cancro da mama.
“Foi uma partida que a vida trouxe”, desabafou a atriz, que ainda assim mostrou-se sorridente.
Carla Andrino revelou que as sessões de quimioterapia estão prestes a terminar, seguindo-se uma nova etapa que encara com grande otimismo.
“A quimioterapia é feita de 21 em 21 dias. Faltam duas sessões para terminar. O protocolo é de seis, eu já fiz quatro. Se Deus quiser, no final de maio, estará concluído tudo o que diz respeito à quimioterapia, seguindo-se depois 25 sessões de radioterapia”, esclareceu ainda a atriz, que recusa encarnar o papel de vítima nesta etapa. “Estou muito grata à vida. Podia não haver tratamento, podia ser tarde demais. Não é tarde demais, há tratamento. E a minha quimioterapia e o tratamento todo que fiz foi preventivo. Tenho filhos e netos com saúde, tenho trabalho, tenho pessoas que me amam. O que é que me falta? Nada”, assumiu a atriz, de 50 anos.
Carla Andrino partilhou o palco com Fernando Mendes, Patrícia Tavares e o genro, Frederico Amaral, e brilhou em frente a uma sala cheia.
A atriz revelou-se uma mulher agradecida e satisfeita com a vida, que não abdica do que mais gosta de fazer: representar.
“Não generalizo, mas, no meu caso, com a postura que tenho na vida, e fisicamente estando capaz, faz todo o sentido continuar a trabalhar. Não faz sentido parar. Chegar ao fim do espetáculo e receber aquela ovação é maravilhoso”, disse com um sorriso rasgado e lágrimas nos olhos.
Apesar de, na peça, a atriz dar vida a várias personagens, usando perucas, à Lux apresentou-se, como vem sendo habitual longe dos palcos, com a cabeça totalmente rapada. A postura de Carla Andrino não podia ser mais positiva:
“Adoro ver-me assim. Acho que ainda vou ficar mais uns tempos desta forma. É muito prático.”