É arquiteta de profissão mas a escrita é uma grande paixão. Alexandra Caetano estreou-se com o romance “Nem Amor Faço às Escuras”, um título que, segundo a autora, não é para ser levado à letra.
“É o sentido lato da palavra amor, não tem nada de erotismo [risos]. É um livro que põe as pessoas a sonhar um bocadinho. Acredito muito que os nossos sentidos são mais do que cinco. A nossa memória e os nossos sonhos são dois protagonistas muito fortes da nossa vida e que nos ajudam a voar. A Pureza, a personagem principal, está em coma, portanto toda a vivência dentro dela e à volta dela é que faz a história do livro.” Um tema especial no mundo de Alexandra, a qual passou por um momento complicado na sua vida e afirma que, nessa altura, tudo ganhou uma nova perspetiva: “Eu, efetivamente, estive 15 dias hospitalizada. E foi uma situação repentina. Nessa situação tudo muda na nossa vida. Quando se entra no hospital às seis da tarde e nos dizem que já não vamos para casa... Aquele sentimento de que dominamos a nossa vida desaparece, não dominamos nada. Já não vamos fazer o jantar para os filhos… Alguém vai ter de assumir o nosso papel. E 15 dias numa ala de cuidados intensivos dá muito que pensar, muda a nossaperspetiva de vida, e é bom transmitir isso”, afirma a autora.
No dia do lançamento, no Centro Português de Serigrafia, no CCB, foram muitos os amigos e familiares que fizeram questão de estar ao lado de Alexandra. O cavaleiro Paulo Caetano, irmão da escritora, não escon- dia o orgulho: “A veia artística não me surpreendeu, porque a reconheço na Xana há muitos anos. Foi sempre uma pessoa muito sensível, muito emocional e com muito jeito para escrever. O que me surpreendeu foi o resultado, pela positiva, porque tive o privilégio de ler o livro antes do lançamento e gostei muito. É uma escrita muito bonita, quase poética, sobre um tema muito comovente. Fiquei muito feliz, emocionado e orgulhoso com o que li. É um livro muito bonito.”