Várias figuras ilustres marcaram presença no velório e funeral de Daniel Serrão, que faleceu no passado domingo aos 88 anos, para prestarem a última homenagem ao reconhecido médico e investigador, pai do reconhecido empresário Manuel Serrão, na Igreja da Lapa, no Porto.
“Era uma pessoa extraordinária, figura ímpar no Porto e no país, que tinha muita vitalidade antes de ter o acidente. Teve azar mas viveu anos suficientes para deixar um testemunho de vida para que as pessoas o recordem para sempre”, referiu à Lux Júlio Magalhães, amigo de longa data da família do médico.
Vítima de um violento atropelamento há cerca de dois anos, quando saía de casa para tomar o habitual café, que lhe causou um traumatismo cranioencefálico grave, o “pai da bioética” e conselheiro do Papa João Paulo II, travava desde então uma longa batalha que acabou por perder, devido a problemas respiratórios que ditaram o final dos seus dias.
“Era um génio, um homem bastante culto que fez muito pela medicina em Portugal. No sangue dele corria o Porto… Era pai de uma pessoa que gosto muito e é muito importante vir dar o nosso consolo nestas alturas”, referiu o estilista Miguel Vieira.
Considerado o precursor da Bioética em Portugal, sendo um dos grandes influenciadores no desenvolvimento de vários campos científicos, Daniel Serrão era um professor muito acarinhado pela comunidade médica e por todos os alunos.
“Foi um defensor nítido de princípios, de valores que lhe pautaram a vida toda. Tenho muito respeito e amizade por todas aquelas pessoas que fazem as coisas com o brilho nos olhos e ele era um caso desses”, sublinhou o conhecido médico legista e amigo, José Pinto da Costa.