Mais do que a apresentação da coleção, o desfile de Dino Alves na 48.ª edição da ModaLisboa pretende ser uma espécie de panfleto “revolucionário”, um manifesto sobre o funcionamento da indústria de moda em Portugal, uma tomada de posição em relação ao panorama geral, de uma forma clara, transparente, direta, honesta e verdadeira.
Umas vezes questiona, outras critica, outras ainda, de forma irónica mas sempre com sentido de humor, explica porque estamos aqui desta maneira, porque fazemos isto e como deveria o “público da moda”, de uma forma geral, relacionar-se com ela, com a nossa obra e a nossa vida! Por isso, "é uma espécie de manual de instruções!", assume o criador.
Finalmente e através das peças de roupa, e das ideias com que as criamos, apresentamos soluções para aquilo que poderão ser algumas razões para o “fosso” que por vezes parece existir entre o nosso trabalho e todo o “elan” que envolve estes acontecimentos e a realidade após o desfile.
Painéis das peças separados entre si e unidos com tiras e nós, efeito puzzle em que os painéis podem separar-se e mudar de posição, bem como efeito patchwork, com peças feitas com painéis de tecidos atados uns aos outros, peças com o mínimo de acabamentos e redução máxima de recursos, marcaram o desfile.
Musselines, fazendas, pelos artificiais, popelines, jerseys, ganga, crepes, satins, marrocains, lã, viscose, seda, algodão e poliéster, surgiram na passarela em tons preto, branco, cinza, bege, castanho, laranja, salmão, amarelo, verde, lilás, azul, rosa, beringela, vermelho, xadrez e riscas.
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