Aos 93 anos, numa idade em que poderia muito bem estar apenas dedicado à mulher, aos seis filhos e aos 14 netos, Adriano Moreira ainda gosta de ter um papel ativo na construção da sociedade civil.
O reconhecido professor universitário, governante no Estado Novo e antigo líder do CDS/PP, acaba de lançar “Futuro com Memória”, do Clube de Autor, cuja apresentação aconteceu na Fnac Chiado, em Lisboa.
“Na minha convicção, ter ainda esta energia é uma graça de Deus e felizmente consigo atender a todas as solicitações. Este livro foi uma inciativa de amigos que conseguiram dar lógica a uma série de artigos que fui publicando no Diário de Notícias e que se debruçam muito sobre a crise portuguesa”, explicou o autor.
Questionado sobre a importância da família e da imagem metafórica de que atrás de um grande homem está sempre uma grande mulher, Adriano Moreira mostrou-se à frente do seu tempo: “A regra não é estar atrás, mas sim ao lado. E realmente, sobretudo nesta época tão difícil, posso dizer que fomos felizes. E já lá vão 47 anos, com seis filhose 14 netos. Julgo que fui e aindahoje sou um pai presente. Acredito que segui o exemplo do meu pai, que é uma referência para mim. E a minha melhor esperança é ser também uma referência para eles”, confessou.
E para a filha Isabel Moreira não há dúvidas: “É uma grande sorte ter este pai,que é maravilhoso e que, simultaneamente, diariamente nos transmite toda essa riqueza. É um pai normal. Esse mito de queos intelectuais depois em casa não são pais comuns que fazem as coisas que os outros fazem... É um pai absolutamente normal, sempre conversou comigo sobre todos os problemas. Primeiro os de menina, depois os de adolescente e agora os de mulher. Temos uma relação muito íntima,muito cúmplice”, revelou a deputada do PS.
Quem também marcou presença foi Paulo Portas,a quem coube apresentar o livro. O ex-líder do PP relembrou algumas histórias e, sobretudo, elogiou a inteligência do autor. “Costumo dizer que o Sr. Professor Adriano Moreira é o melhor PIB (Produto Intelectual Bruto) do pensamento cristão contemporâno em Portugal”, afirmou.