Foi lançada uma petição: "Contra o peso excessivo das mochilas escolares" que pretende atingir as 20 mil assinaturas para obrigar o Parlamento a legislar, "com caráter de urgência, de modo a resolver este grave problema de saúde pública".
É uma realidade que preocupa pais de todo o mundo. Mas também educadores, especialistas e médicos de várias especialidades. Segundo um estudo realizado pela DECO e a revista Proteste, mais de metade das crianças dos 5º e 6ºs anos de escolaridade transporta peso a mais nas suas mochilas escolares.
É consensual entre os especialistas de todo o mundo que as mochilas escolares não devem ultrapassar 10% do peso de quem as transporta. E porquê? Porque as crianças que transportam regularmente peso excessivo às costas são as que têm mais probabilidade de desenvolver deformações ao nível dos ossos e dos músculos. Quanto mais pesada for a mochila, maior probabilidade de problemas de saúde terá.
As crianças são os profissionais de amanhã. As crianças que transportam hoje mochilas muito pesadas começam cedo a ter problemas de coluna, sendo alguns dos mais conhecidos, a hiperlordose lombar, a hipercifose torácica, a escoliose, as hérnias discais, entre outras ocorrências.
Os signatários desta Petição Pública solicitam:
1 - Uma legislação, com carácter definitivo, que veicule que o peso das mochilas escolares não deve ultrapassar os 10% do peso corporal das crianças, tal como sugerido por associações europeias e americanas.
2 - A obrigatoriedade de as escolas pesarem as mochilas das crianças semanalmente, de forma a avaliarem se os pais estão conscientes desta problemática e se fazem a sua parte no sentido de minimizar o peso que os filhos carregam. Para tal, cada sala de aula deverá contemplar uma balança digital, algo que já é comum em muitas escolas, devendo ser vistoriada anualmente.
3 - Que as escolas públicas e privadas de todo o país disponibilizem cacifos para que todos os alunos consigam deixar alguns livros e cadernos, de modo que possam deslocar-se entre as suas casas e a escola com menos peso.
4 - Podendo existir a opção de os alunos utilizarem o suporte digital, segundo o critério de cada escola, exigir às editoras responsáveis pela produção de manuais escolares o seguinte:
4.1 – Que criem livros/manuais escolares com papel mais fino, de gramagem menor, ou divididos em fascículos retiráveis segundo os três períodos do ano;
4.2 - Que os conteúdos dos livros/manuais escolares sejam o mais concisos e sintéticos possível, de modo a diminuir o volume e o peso dos mesmos.
Primeiros signatários:
José Wallenstein, actor e encenador
Cláudia Pinto, jornalista
Dr. Joaquim Sancho, médico fisiatra
Dr. Paulo Sampaio Rodrigues, médico fisiatra
Confederação Nacional das Associações de Pais
Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação
Sociedade Portuguesa de Neuropediatria
Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia
Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral
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