Num mundo cada vez mais dominado pelas máquinas, o dia-à-dia da criança é invadido pela tecnologia de forma crescente. Um estudo, recentemente tornado público, sobre a utilização dos media pelas crianças portuguesas veio revelar aspectos muito interessantes que vale a pena rever («Miúdos e Media», Zeroaoito/ConsumerChannel, 2009).
Hoje, em todos os lares portugueses há uma televisão e em mais de 90% há um computador. E há ainda o leitor de DVD, a aparelhagem, a consola de jogos e os inevitáveis MP3, iPod e telemóveis.
A televisão é o «rei», pois em mais de 90% dos lares portugueses existe mais do que um destes aparelhos, distribuídos pela sala, os quartos ou as zonas de refeição.
Em muitas casas a televisão está sempre ligada, como «ruído de fundo», e as crianças, na sua maioria, vêem televisão sem a companhia de um adulto, principalmente as que têm a possibilidade de o fazer no quarto.
Mas o computador vai ganhando terreno, e em mais de 60% dos lares portugueses existem mais de dois destes aparelhos. À medida que a criança cresce, a televisão vai perdendo importância e a partir dos 10 anos de idade, são o computador e a Internet que dominam a sua atenção. Na idade pré-escolar, um terço das crianças já utiliza a Internet e este valor vai aumentando até chegar aos 100%, por volta dos 12 anos de idade.
Se a maioria das crianças utiliza a net como ajuda nos trabalhos escolares, grande parte usa-a para jogar ou simplesmente para participar em chats e similares ou para fazer downloads de músicas e filmes.
O telemóvel tornou-se «imprescindível» e aos 8 anos de idade a maioria das crianças portuguesas já tem um. Estar «em contacto» tornou-se uma necessidade, através de voz, sms ou mensagens multimédia.
A música passou a fazer parte do dia-a-dia da criança e, se os mais novos a ouvem numa aparelhagem, os mais velhos entraram definitivamente na sofisticação dos iPod e MP3, ouvindo música a toda a hora, inclusivé durante a realização de outras tarefas, como os trabalhos de casa.
A actividade preferida é mesmo ter a televisão ligada enquanto se «conversa» no messenger e se tem os auriculares do iPod nos ouvidos. Se a isto se juntar o envio em simultâneo de alguns sms, a criança sente-se perto da realização completa.
O quarto transformou-se numa central de media e quase 50% das crianças portuguesas tem nessa divisão uma televisão, e mais de um terço tem um computador com acesso à internet. O número de aparelhos no quarto aumenta paralelamente à idade e aos 8 anos as crianças têm ao seu dispor cerca de oito media diferentes no quarto.
Como se não bastasse, a criança quando sai para a rua parece uma central tecnológica ambulante, com MP3 ou iPod, telemóvel, mini leitor de CDs e consola de jogos portátil.
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