PUB
PUB
Notícias
Reconstrução mamária
Seios Dias Felizes
Redação Lux  com João Anacleto em 25 de Julho de 2010 às 09:08
O cancro da mama continua hoje em dia prevalente nas mulheres da nossa sociedade, e o seu tratamento acarreta geralmente a mastectomia - a reconstrução mamária representa um importante passo em direcção à «normalidade», «devolvendo» o órgão perdido e a «feminilidade», atenuando o sofrimento envolvido na luta contra o cancro.

Os benefícios da reconstrução estão hoje em dia perfeitamente estabelecidos - físicos, psíquicos e sociais ¿, sendo candidata qualquer mulher mastectomizada. A reconstrução não interfere nem no tratamento nem no controlo posterior do cancro da mama.

Assumida a reconstrução, resta-nos apenas decidir se a sua realização será imediata, na altura em que a mama (ou parte dela) é retirada, ou diferida para mais tarde; e, do ponto de vista técnico, se a mama é reconstruída com recurso a tecidos do próprio corpo, expansores e próteses de silicone, ou alguma forma de combinação entre ambos.

As próteses de silicone, com excelentes resultados, na cirurgia do aumento mamário, apresentam resultados subóptimos, se utilizadas isoladamente em reconstrução; assim, será ideal, sempre que possível, reconstruir com tecidos do nosso corpo, na totalidade ou parcialmente.

É também amplamente reconhecido que o tecido que melhor mimetiza em termos de cor e textura a mama é o tecido abdominal inferior. DIEAP é a nomenclatura médica para a forma mais inovadora e eficaz de reconstrução mamária, utilizando apenas a pele e gordura abaixo do umbigo, sem destruir os músculos abdominais, consequência habitual nas técnicas do passado; alia ainda o benefício de ser retirado o indesejável excesso de pele e gordura que por vezes se acumula nesta região do corpo.

Para mulheres sem excesso de pele e gordura na região infraumbilical, foi desenhada uma outra técnica reconstrutiva, denominada S-GAP, que retira o tecido necessário da região glútea da paciente, deixando uma cicatriz escondida na linha do biquíni.

Estas técnicas fazem parte de um alargado conceito reconstrutivo chamado «retalhos perfurantes» e são utilizadas nos centros hospitalares mais prestigiados do mundo, representando o «state of the art» em reconstrução mamária.

Cada cirurgião defenderá as suas práticas e convicções; tendo crescido numa época de «science and enterprise», como diria o meu antigo director, David Soutar, utilizo preferencialmente estas técnicas por acreditar que são as que melhores resultados oferecem, sendo responsável pela sua introdução em Portugal desde 2004.

Contudo, nem todas as mulheres serão candidatas a estas reconstruções, podendo o tecido a utilizar na «criação» da nova mama ser retirado do dorso ou das coxas; e, quando necessário, qualquer uma destas técnicas pode ser combinada com próteses de silicone.

Por fim, devemos relembrar que a reconstrução mamária não é um processo único, envolvendo habitualmente duas a três intervenções, e que, apesar de não se obterem resultados perfeitos, o seu impacto é sempre extremamente positivo para a qualidade de vida das nossas doentes.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Comentários

PUB
pub
PUB
Outros títulos desta secção