José Dumont, que foi preso na quinta-feira, dia 15 de setembro, depois de ter sido apanhado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, na posse de vídeos de pornografia infantil no  telemóvel e computador pessoal, disse no seu depoimento à Polícia que as imagens faziam parte de um “estudo para a futura realização de um trabalho acerca do tema, sem tabus ou filtros”.

José Dumont interpreta o papel de um abusador de crianças na novela "Todas as Flores", da Globo, que vai estrear-se em meados de outubro, mas foi entretranto já afastado pela Globo.

A declaração do ator indignou a classe artística, que se manifesta sobre os limites éticos de um "laboratório artístico", adianta o site Extra.

"Em se comprovado como verdade o crime, ou os crimes, de Zé Dumont, alegar que a prática fazia parte de um 'laboratório artístico' me fere e atinge uma classe. Como assim? Não fazemos laboratórios que maculem alguém. Recentemente houve um debate sobre os limites éticos de nossos treinamentos e estudos. Não há hipótese. Vilões não 'treinam' seus personagens em vítimas reais cometendo assassinatos e outros horrores. Estamos falando de uma cultura de estupros e abusos de crianças e nossa sociedade não a discute. Não é um assunto de fácil digestão, mas o considero 'epidêmico'", escreveu a atriz Elisa Lucinda.

José Dumont já era investigado pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) pela violação de um rapaz de 12 anos, que era seu fã e ao qual teria oferecido mil reais (196,20 Euros) após o crime.

A investigação aponta ainda que ele desenvolveu um relacionamento próximo com a vítima, oferecendo ajuda financeira e presentes. Câmaras de vigilância captaram imagens de beijos na boca e carícias íntimas, que deram início às investigações.