A duquesa de York quis falar na primeira pessoa sobre as lutas que tem enfrentado – desde a infância até aos desafios mais recentes e decidiu contar a sua história numa carta publicada no The Telegraph, com o objetivo de alertar para a importância da saúde mental.
“Como mãe, figura pública e alguém que experimentou os profundos desafios da saúde mental, sempre acreditei no poder da abertura, bondade e compaixão. Mas falar abertamente das lutas que enfrentei nem sempre foi fácil”, começa por afirmar. Na carta, Sarah Ferguson, de 65 anos, revela que ainda carrega “profundas cicatrizes” causadas pela sua infância, mas também pelos “títulos de imprensa dos anos 1980 e 1990” - recorde-se que chegou a ser rotulada depreciativamente “Duchess of Pork” (“Duquesa de Porco”), por causa do seu peso - que a marcaram profundamente e admite que os comentários negativos nas redes sociais continuam a afetá-la, referindo-se a essas plataformas como “um poço negro”.
A sua infância foi particularmente difícil e deixou marcas. Recorda o abandono da mãe aos 12 anos, quando esta se mudou para a América do Sul, como um momento que a marcou profundamente: “Deixou-me sentimentos de inutilidade e, sem dúvida, contribuiu para uma atitude pouco saudável em relação à comida.” A duquesa recorda também com peso os dois cancros que enfrentou. Em Janeiro de 2023 foi diagnosticada com cancro da mama e submetida a uma mastectomia e no final desse ano recebeu o diagnóstico de cancro de pele. “Fui diagnosticada com cancro duas vezes no mesmo ano, algo que seria um desafio para qualquer pessoa, tanto para a saúde mental como para a física”, evidenciou.
Mãe de Beatrice, de 36 anos e Eugenie, de 35, mostra-se preocupada com o impacto da saúde mental nas gerações mais jovens “especialmente a crise de saúde mental que estamos a ver nos jovens. Há taxas crescentes de ansiedade, depressão e outros problemas de bem-estar na próxima geração. Esta crise resulta de uma combinação de fatores sociais, económicos e digitais, agravados pelas dificuldades no acesso a apoio eficaz.”
A ex mulher do príncipe André admitu que recentemente procurou ajuda na clínica Paracelsus Recovery, em Zurique, onde recebeu tratamento especializado. “Não tenho vergonha de revelar que a clínica me ofereceu um refúgio, reconhecida pelo seu tratamento personalizado e de vanguarda para quem lida com problemas de saúde mental e vícios, especialmente para aqueles cujos problemas muitas vezes ficam escondidos atrás de uma fachada pública.”
Entre os tratamentos que realizou, destaca a terapia de hipóxia-hiperóxia intermitente (IHHT), que alterna entre baixos e altos níveis de oxigénio e testes epigenéticos e de biologia intestinal para personalizar a terapia com suplementos, micronutrientes e dietas específicas.
Para Sarah, a saúde mental é uma causa urgente e universal “afeta-nos a todos; não tem fronteiras e termina com um apelo: “Se você ou alguém que conhece está a passar por momentos difíceis, incentivo a procurar ajuda. Não está sozinho, e não há vergonha em dar os passos necessários para curar-se.”