O Supremo Tribunal da Inglaterra deu como provado que o emir do Dubai, o sheikh Mohammed bin Rashid al-Maktoum, deu ordem para vigiar informaticamente os telefones da ex-mulher, a princesa Haya da Jordânia, e dos seus advogados, como parte de uma "campanha contínua de intimidação e ameaça" na luta pela custódia dos filhos.
Recorde-se que a princesa Haya, de 47 anos fugiu para o Reino Unido com os filhos, Jalila, de 13 anos, e Zayed, de 9 em 2019 para se divorciar do marido - de quem é a sexta mulher - e desde aí luta pela custódia dos filhos.
Segundo o Supremo Tribunal da Inglaterra, o emir usou o software "Pegasus", desenvolvido pela empresa israelita NSO e usado por vários estados para se defenderem de eventuais ameaças à segurança nacional, para "hackear" os telefones da princesa Haya bint al-Hussein, meia-irmã do rei Abdullah da Jordânia, e de algumas pessoas próximas dela: dois dos seus advogados, o seu assistente pessoal e dois membros da sua equipa de segurança, ato considerado como "violação do direito penal interno (do Reino Unido)" e "abuso de poder" por parte de um chefe de governo.
O sheikh negou as acusações de "hacking" e os seus advogados clamam que os culpados poderão ser outros países do Oriente Médio.