Juan Carlos, em exílio voluntário desde agosto de 2020, é alvo de uma terceira investigação judicial relacionada com a lavagem de dinheiro, anunciou a justiça espanhola na sexta-feira, 6 de novembro, dois dias após a imprensa revelar outra investigação sobre o antigo soberano.
Há "uma terceira investigação dirigida ao rei, aberta após denúncia do serviço de prevenção à lavagem de dinheiro (SEPBLAC)" e confiada ao Supremo Tribunal Federal, o único com poderes para julgar um ex-soberano, disse à imprensa o procurador-geral do Estado, Dolores Delgado, conforme reportado pela AFP.
Desconhecem-se ainda as circunstâncias ou razões que deram origem a esta nova investigação, que é a terceira da justiça espanhola contra Juan Carlos. Recentemente, soube-se que uma segunda investigação sobre contas bancárias que poderiam ter sido utilizadas pelo rei sem estarem em seu nome, tinha sido aberta no final de 2019 no maior sigilo pelo Ministério Público Anticorrupção.
A primeira investigação aberta diz respeito a possíveis crimes de corrupção no contexto da adjudicação a empresas espanholas de um contrato para a construção de um comboio de alta velocidade na Arábia Saudita em 2011. No cerne do caso, está uma transferência de 100 milhões de dólares que alegadamente Juan Carlos teria recebido em 2008 numa conta na Suíça.