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Internacional
Aos 52 anos, Winona Ryder continua a ser uma das mais consagradas e admiradas atrizes de Hollywood
Winona Ryder Foto: Arquivo Lux
Redação Lux em 11 de Outubro de 2024 às 18:30

Trinta e seis anos depois do primeiro “Beetlejuice”, Winona Ryder volta a vestir a pele de Lydia Deetz, regressando, com 52 anos, à personagem à qual deu vida pela primeira vez aos 15 e que ajudou a catapultá-la para a fama. Na altura, “Beetlejuice” foi um sucesso retumbante, representando também o início de uma relação profissional entre a atriz e o realizador Tim Burton, que, em 1990, a convidou para o papel de Kim Boggs em “Eduardo Mãos de Tesoura”, ao lado do seu então namorado, Johnny Depp.

Em entrevista à revista Harper’s Bazaar, Winona descreve o trabalho com Burton como uma espécie de “telepatia”, em que o diretor não termina frases, apenas gesticula as suas intenções, que ela, de alguma forma, entende perfeitamente. “Ele poderia dizer – ‘Talvez, eu acho, sim. Sabes?’ – e eu responderei: ‘Sim, completamente. Eu sei.’“ A carreira começou cedo, aos 13 anos, no filme “Lucas”. A atriz recorda que, na altura, a descrição da sua personagem surgia no guião como “pouco atraente”. “Não fiquei magoada com isso”, afirma. A ascensão meteórica começou logo na adolescência, com papéis que definiram uma era, como “Mulherzinhas”, ou “Drácula de Bram Stoker”, ou “A Idade da Inocência” e a trabalhar com estrelas de Hollywood e realizadores como Martin Scorsese 
ou Francis Ford Coppola. Foi nomeada duas vezes aos Óscares enquanto se tornava um símbolo da Hollywood dos anos 90.

O trabalho era ininterrupto e a ascensão à fama rápida. Quando chegou aos 30 anos, Ryder estava esgotada, ao 
mesmo tempo que a sua vida pessoal não saía do centro dos holofotes e a imprensa se tornava implacável, muito pela relação com Johnny Depp. À Harper’s Bazaar, Winona recorda aqueles tempos: “Aos 30, tive dois relacionamentos desastrosos. Eles não estavam errados, mas foi antes de podermos pesquisar sobre alguém no Google. [risos] Quando olho para trás, penso: ‘O que diabo estava eu a pensar?’ Só namorava o tipo de pessoas que avisa passadas algumas semanas que está num relacionamento com outra.” 

Winona confessa que recentemente leu os diários que escrevia nessa época: “Claramente escrevemos quando estamos deprimidos ou chateados. Tenho tendência a não escrever quando estou muito feliz. Foi muito triste lê-los. Estava mesmo a tentar acreditar no melhor, mas estava a tomar conta de tudo e de todos, menos de mim.” A queda aconteceu em 2001, quando Ryder foi presa por ter sido apanhada a roubar artigos numa loja.

A fase que se seguiu foi uma tentativa de se reerguer, redescobrir-se e deixar o tipo de vida que vivia desde a adolescência. Foi quando interpretou uma bailarina mais velha no filme “Cisne Negro”, de Darren Aronofsky, em 2010, aos 39 anos, que finalmente sentiu que a sua carreira tinha dado uma volta. “Foi algo muito libertador, porque estava a interpretar alguém da minha idade.   E acho que, na cabeça de muitas pessoas, isso ajudou. Acho que essa altura foi como uma formação para mim”, disse ao The New York Times.

Agora com 52 anos, Winona está numa posição muito diferente tanto na profissão como na vida. A série “Stranger Things”, onde desempenha o papel de Joyce, trouxe à tona a aura de outros tempos, mas com uma maturidade visível e muito aplaudida.

No amor, o caminho é o mesmo. A atriz mantém, há 14 anos, uma relação estável com Scott Mackinlay Hahn, fundador da empresa sustentável de algodão orgânico Loomstate. O casal conheceu-se na antestreia do filme “Cisne Negro” e Hahn, que não reconheceu Ryder, elogiou-a pelo seu trabalho no filme “O Quinto Elemento”, onde Ryder não entrou. A atriz gostou da sensação de estar com alguém fora do seu meio: “Temos uma conexão a vários níveis, mas foi incrível que ele não estivesse nesta indústria e realmente tentei manter isso em segredo. Quando nos conhecemos, ele pensou que eu era a Milla Jovovich. Disse-me que estava ótima no filme ‘O Quinto Elemento’. Ele é tão bom, realmente é. Tenho muita sorte”, afirma. 

A sequela de “Beetlejuice” só vem confirmar a grandeza de Winona Ryder que, como disse um realizador sobre si, no ecrã mantém a mesma “vulnerabilidade romântica” de sempre. Tim Burton afirma que Ryder “é daquelas atrizes que pode dizer algo apenas com os olhos.  Há uma alma a sair. Sem diálogo, sem nada, há algo ali”. Apesar da fase menos boa por que passou, Winona não tem dúvidas: “Sinto-me incrivelmente sortuda por ter conseguido viver esta vida, por mais intensa e avassaladora que tenha sido.” 

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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