São muitas as facetas de Irina Shayk. A modelo, de 34 anos, que nasceu numa aldeia remota na Rússia, filha de um mineiro e de uma professora de piano, é hoje uma das mulheres mais conhecidas do mundo. Muito por causa da relação com Cristiano Ronaldo, mas, sobretudo, porque a sua carreira de modelo está imparável.
A par das marcas de alta-costura, a modelo russa dá também a cara por outras mais informais, como é o caso da Falconeri. Porém, esta dicotomia entre a mulher sedutora e a mulher comum são, não só, o espelho do que vende enquanto modelo como do que é enquanto mulher. “Posso estar a usar maquilhagem, vestidos deslumbrantes e saltos altos num dia, mas quando estou em casa não tenho esse aspeto. Gosto de prender o cabelo num rabo de cavalo, não uso make-up e visto roupa confortável. Separo muito bem a imagem perfeita que o meu trabalho exige e a de quando sou eu simplesmente”, disse em entrevista à revista Vogue britânica.
Aos 14 anos, Irina perdeu o pai, era então uma maria-rapaz e não tinha consciência da promissora modelo em que se viria a tornar uns anos mais tarde: “Sempre achei que tinha nascido no corpo errado. Achava que devia ter nascido rapaz. Quando o meu pai morreu, assumi que tinha de me tornar o ‘homem’ da casa.“ A vida acabou por dar uma volta e vingou enquanto modelo. As bases da sua forte personalidade mantiveram-se e ficaram ainda mais vincadas quando deixou a Rússia e se mudou para Nova Iorque: “Sei o que quero e acho que alguns homens têm medo disso. Se alguém sai da minha vida, sai definitivamente e corto todos os laços. Acho que há pessoas que se assustam com a minha frieza”, disse à mesma publicação.
Há três anos, Irina foi mãe. Lea de Seine nasceu da relação de quatro anos que manteve com o ator Bradley Cooper e que terminou no verão de 2019. Sobre o final do namoro, a modelo também mostrou o lado objetivo com que encara a vida: “Acho que em todas as boas relações damos o que temos de melhor e de pior. É essa a natureza do ser humano. Duas boas pessoas não fazem obrigatoriamente um bom casal. Acho que tivemos muita sorte ao termos tido a possibilidade de viver o que vivemos um com o outro. A vida sem o Bradley é uma nova experiência“, afirma, ao mesmo tempo que confessa que, no que toca à filha, nem sempre é tão racional, apesar de se sentir muito feliz com a experiência da maternidade: “Ser mãe tornou a minha vida muito melhor e mais bonita e estou muito agradecida por isso. Mas é difícil encontrar um balanço entre ser uma mãe solteira e uma mulher que trabalha e cuida. Há dias em que acordo e penso: ‘Não sei o que fazer, está tudo a desmoronar’.” Depois, rapidamente volta a segurança que a caracteriza. À revista Harper’s Bazaar, Irina diz: “Não sou perfeita, tenho dias de má pele e de mau cabelo. Às vezes, não me pareço de todo com uma modelo. Mas sou apenas um ser humano”, desabafa, lembrando com orgulho a fibra das mulheres da sua família e das russas em geral: “São as mulheres que dão conta de tudo. Criam os filhos, saem para trabalhar e quando regressam a casa, cozinham, lavam e conseguem fazer todo o trabalho pesado também.”
A família sempre foi e continua a ser o seu porto seguro. Dona de uma beleza inquestionável, a modelo diz que não tem medo da idade: “Acho que as mulheres ficam mais bonitas e sofisticadas com a idade. Tenho rugas, mas acho que todas as idades têm a sua beleza e não tenho medo, nem me importo de envelhecer.” E afirma: “Vivo no presente. Tenho planos e sonhos, mas prefiro não os partilhar, porque na Rússia, acreditamos que se partilhamos os nossos sonhos, eles não se concretizam.”