A discrição e a privacidade que tanto desejavam e que os fez deixar o Reino Unido para procurar uma vida longe do mediatismo nos EUA parece ter sido esquecida logo desde o início. Depois de várias entrevistas chega o documentário, exibido na Netflix em dois episódios, ao estilo reality show, que mostra como vivem e o que sentem realmente Harry e Meghan: “Ninguém vê o que se passa por trás da porta. Ninguém sabe toda a verdade, nós sabemos toda a verdade”, ouve-se Harry dizer numa das apresentações, enquanto Meghan questiona: “Quando as apostas são tão altas, não faz mais sentido saber a nossa história por nós?” Esta é a razão que os duques de Sussex dão para abrir as portas de sua casa ao mundo e, alegadamente, até as de Buckingham, onde não é permitida a entrada de equipas de filmagem sem autorização prévia da rainha, que não terá sido consultada acerca do documentário que o casal já estaria a gravar secretamente há algum tempo. E nele, as acusações não param, com Harry a dizer que “há uma hierarquia na família”, que existe “um jogo sujo” e que “há fugas de informação e foram plantadas histórias sobre Meghan”. Harry fala ainda “do sofrimento pelo qual passam as mulheres que casam dentro desta instituição”.

A imprensa britânica tem arrasado Harry e Meghan, e diz que este negócio de milhões que fizeram com a Netflix é “algo tipo Oprah, mas com ainda mais choro e vitimização, naquele que será um grande ato de vingança por parte do casal em relação à família real”. Também é criticado o dia escolhido para lançarem o primeiro teaser da série, o mesmo em que Kate e William iniciaram a visita aos EUA para os The
Earthshot Prize, algo muito importante para o herdeiro ao trono.

Segundo o Daily Mail, que cita uma fonte do palácio, “a apresentação deste documentário foi vista com horror pela família real e sobretudo com grande desapontamento, por tentar ofuscar um evento tão importante para os príncipes de Gales. Não há outra forma de ver isto senão como uma declaração de guerra”. O biógrafo de Meghan e Harry, Omid Scobie, referiu-se diretamente ao facto destes prémios serem como “o Super Bowl do príncipe William e o lançamento do documentário o espetáculo do intervalo”