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Internacional
Olena Zelenska fala sobre o impacto emocional que a guerra teve na sua família
Olena Zelenska na Web Summit Lisboa 2022 (Lusa/EPA/MIGUEL A. LOPES)
Redação Lux em 18 de Setembro de 2023 às 11:06

Não há dúvidas sobre o preço que a guerra causa a  milhões de ucranianos e Olena Zelenska, de 45 anos, que se viu, de repente, e no papel de primeira-dama da Ucrânia envolvida num conflito sem precedentes, não é obviamente, exceção. Quando a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, Olena Zelenska passou meses escondida em locais secretos com os seus dois filhos. Depois de sair do esconderijo no ano passado, a guerra colocou a ex-guionista no centro das atenções, e desde então Olena tem viajado pelo mundo para se encontrar com líderes e fazer discursos apelando ao apoio à Ucrânia invadida.

Numa entrevista altamente pessoal, a primeira-dama de 45 nos falou à BBC sobre o impacto emocional que a guerra teve na sua vida familiar. “Isto pode ser um pouco egoísta, mas preciso do meu marido, e não de uma figura histórica, ao meu lado”, confessou Olena lamentando a falta de tempo em família.“Não moramos juntos com meu marido, a família está separada”, disse evidenciando o impacto emocional que o desmembramento forçado da família tem nos filhos, Oleksandra de 19 anos e Kyrylo de 10.“Temos a oportunidade de nos ver, mas não com a frequência que gostaríamos. O meu filho sente falta do pai. Dói-me ver que os meus filhos não planeiam nada. Com essa idade, jovens, a minha filha tem 19 anos, sonham com viagens, com novas sensações, emoções. Ela não tem essa oportunidade”. “Mas continuamos fortes, temos força tanto emocional quanto fisicamente. E tenho certeza de que vamos lidar com isso juntos”, acrescentou com aceitação e esperança. Olena também sabe quem o marido, ela própria e os seus filhos estão no topo da lista de alvos do Kremlin. “Existem limitações de tempo no que você pode se permitir, elas existem e, de alguma forma, tentamos viver dentro delas”.

Yalda Hakim & Mattea Bubalo da BBC News referem que quando de repente as sirenes de ataque aéreo começaram a soar no meio da entrevista, Olena permaneceu equilibrada e inabalável, esperando pacientemente que tudo termine. “Ninguém pode saber o que nos espera. Afinal, ninguém poderia imaginar que no século XXI uma guerra deste tipo seria desencadeada no meio da Europa, que seria tão cruel. Uma guerra sangrenta. Então eu nunca imaginei que estaria neste papel neste momento”,  frisou.  O seu trabalho recente como primeira-dama centra-se em ajudar os ucranianos a lidar com o impacto psicológico da guerra e Olena está a preparar-se para co-organizar uma cimeira em Kiev que se concentrará na saúde mental e na resiliência. Apesar de admitir o desejo “egoísta” de ter o marido junto de si e dos filhos, Olena Zelenska mantém firme a crença e o apoio ao marido: “Eu acredito nele. E apoio-o. Eu sei que ele tem força suficiente. Para qualquer outra pessoa que eu conheço, acho que seria muito mais difícil essa situação. Ele realmente é uma pessoa muito forte e resiliente. E essa resiliência é o que todos nós precisamos agora.”
 

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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