Sarah Silverman abriu o coração sobre traumas familiares que influenciaram o seu mais recente espetáculo de stand-up, “PostMortem”.

Em entrevista à revista Rolling Stone, a comediante contou que o pai teve uma infância profundamente dolorosa. “O meu pai teve uma infância devastadora. O pai dele espancava-o todos os dias, sem piedade. Tinha um irmão mais novo que nunca foi tocado. O pai obrigava os filhos a chamá-lo de ‘Senhor Silverman’”, partilhou.

O pai de Sarah encontrou alguma afinidade com a sua mãe, Beth Ann, uma artista que também sofreu abusos na infância. No entanto, o casamento foi tudo menos feliz. A humorista revelou que o pai traiu a mãe e desvalorizava-a. “Ela era mais livre, mais espontânea, e o meu pai queria ser escritor, mas acabou por assumir a loja do pai. Quando casaram, ele destruiu a essência dela, fazia troça dela. Humilhava-a, achava que era preguiçosa por estar muito tempo na cama — mas naquela altura ainda não se falava em depressão.”

A dor familiar não se fica por aqui. Cinco anos antes do nascimento de Sarah, o irmão mais velho, Jeffrey, morreu aos três meses de idade enquanto estava ao cuidado dos avós paternos. A versão contada era que uma parte do berço colapsou, provocando a morte por asfixia. No entanto, nunca houve qualquer processo contra a empresa do berço.

Anos mais tarde, o pai de Silverman partilhou a sua verdadeira suspeita: “O meu pai dizia: ‘Sempre senti que ele estava a chorar ou algo assim, e que o meu pai o sacudiu num acesso de raiva e o matou’”. Sarah comentou: “Assim que ele disse aquilo, fez todo o sentido.”

Ela acrescentou ainda que a avó sempre protegeu o marido, mesmo sabendo dos abusos ao filho. “Ela via-o a espancar o meu pai e nunca fez nada”, lamentou Silverman. “Não pude perguntar à minha mãe, porque ela já tinha morrido.”

Atualmente, tanto o pai de Sarah como os seus avós já faleceram.