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Internacional
Plácido Domingo acusado de assédio sexual por nove mulheres
Placido Domingo regressa aos ensaios de «Il Postino» em Madrid Foto: Lusa
Redação Lux em 21 de Agosto de 2019 às 12:41

Aos 78 anos, Plácido Domingo está a ser acusado de assédio sexual por nove mulheres, oito cantoras e uma bailarina.

Os primeiros relatos dos casos remontam a 1980. Durante décadas, o tenor espanhol terá, alegadamente, pressionado várias mulheres a manterem relações sexuais com ele em troca de trabalho. Uma das vítimas garante que ele enfiou a mão dentro da sua saia e outras três revelam que ele as beijou à força nos camarins, no quarto do hotel e durante um almoço.

“Ele estava sempre a tentar tocar-me, a tentar beijar-me”, confessa uma delas, sob anonimato.

Além destas nove, mais seis mulheres revelaram à Associated Press que as abordagens do tenor as deixaram desconfortáveis. Uma conta mesmo que Plácido Domingo lhe pediu insistentemente para sair com ela, depois de a ter contratado para vários concertos na década de 90. E há ainda cerca de 30 profissionais ligados à indústria musical, que asseguraram à agência noticiosa terem testemunhado o comportamento inapropriado do tenor. Sete das nove mulheres que acusam Plácido Domingo de assédio – só a cantora de ópera Patricia Wulff aceitou dar a cara – garantem que viram as suas carreiras serem prejudicadas pelo facto de não terem cedido aos seus avanços.

Como forma de represália nunca mais eram contratadas para trabalhar com o tenor e os projetos que ele lhes havia prometido não se concretizavam. Uma das denunciantes confessa ter tido relações sexuais com Plácido Domingo duas vezes, uma delas no Hotel Baltimore, em Los Angeles. E relata que, antes de se ir embora, o tenor deixou-lhe 9 euros na cómoda.

“Não quero que te sintas uma prostituta, mas também não quero que pagues o parque de estacionamento”, ter-lhe-á dito. Embora não tenha refutado nenhuma das acusações em concreto, o tenor reagiu através de um comunicado, no qual diz que as acusações são “profundamente inquietantes” e “imprecisas”. Diz que é “doloroso” ouvir que perturbou ou deixou desconfortáveis aquelas mulheres, apesar de ter tido as “melhores intenções”.

“Pensava que todas as minhas interações e relações eram bem recebidas e consensuais. Quem me conhece ou trabalhou comigo sabe que não magoaria, ofenderia ou envergonharia alguém de forma intencional. Reconhecemos que as regras e os padrões pelos quais somos, e devemos ser, regidos hoje em dia são muito diferentes do que eram no passado”, assume.

O tenor é casado há 57 anos com Marta Ornelas, a quem sempre se referiu como a sua “guia” e “inspiração”.

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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