Rebecca Hall confessou que está arrependida de ter pedido desculpa por trabalhar com Woody Allen e ter doado o seu cachet após explodir o escândalo #MeToo e Dylan Farrow, filha do realizador, ter relançado as acusações de abuso sexual que alegadamente teria sofrido do pai em criança em 1992.
A atriz britânica, que ganhou sucesso precisamente a trabalhar com Woody Allen em "Vicky Cristina Barcelona" (2008) e depois "Um Dia de Chuva em Nova Iorque" (2019), confessou agora em entrevista ao jornal britânico The Guardian que fez a declaração pública numa altura em que vivia um “emaranhado” emocional grávida.
"Fico dividida com isto. É muito invulgar eu fazer uma declaração pública sobre o que quer que seja. Faço as coisas, é assim que sou política. Não me vejo como uma atriz-ativista. Não sou essa pessoa. E de certa forma arrependo-me de ter feito essa declaração porque acho que não é responsabilidade dos seus atores falar sobre essa situação", explicou.
A atriz de 42 anos lamenta ter se tornado apenas "outra pessoa que denuncia Woody Allen e arrepende-se de ter trabalhado com ele", o que "não foi o que realmente disse". "Não me arrependo de ter trabalhado com ele. Deu-me uma grande oportunidade profissional e foi gentil comigo. Se fosse agora, não teria dito nada. De facto, a minha política é ser uma artista. Não aparecer e proclamar tanto as tuas coisas. Não acho que isso faça de mim apática ou desinteressada. Só acho que o meu trabalho é esse". A atriz revelou que perdeu contacto com o realizador frisando novamente "mas acho que não devemos ser juiz e júri nisto".
Recorde-se que nos anos noventa, Woody Allen foi investigado na sequência das acusações e considerou-se que não havia indícios para prosseguir com o caso. Uma equipa de médicos e psicólogos do Hospital Yale-New Haven, acionada pelos investigadores do New York State Child Welfare (responsável por averiguar crimes dessa natureza), concluiu que não houve abuso e o cineasta nunca foi formalmente acusado.
Rebecca Hall fez parte do grupo de atores como Mira Sorvino, Greta Gerwig, Kate Winslet, Elliot Page e Colin Firth que se afastaram do realizador, enquanto oytros como Scarlett Johansson, Diane Keaton, Alec Baldwin, Michael Caine, Alan Alda, Javier Bardem ou Larry David saíram em sua defesa.