Julian Assange tenta recorrer, uma última vez, do mandado de extradição para os Estados Unidos que o pode levar a uma condenação a 175 anos de prisão. O governo norte-americano acusa o fundador do WikiLeaks de 17 crimes de espionagem e um crime de uso indevido de computador pela publicação de um grande conjunto de documentos secretos dos EUA, há quase 15 anos.
Assange não compareceu no tribunal porque não se encontra bem. A mulher, Stella Assange, afirma que a sua saúde física e mental foi afetada pela batalha jurídica que dura há 14 anos, incluindo os sete anos de autoexílio na Embaixada do Equador em Londres e os últimos cinco anos na prisão de alta segurança de Belmarshonde está atualmente detido. Stella alertou que o marido "morrerá" caso seja extraditado para os Estados Unidos, onde deve ser julgado sob a acusação de espionagem, o que pode levar a uma condenação a 175 anos de prisão.
"A sua saúde está a piorar, fisicamente e mentalmente. A sua vida está em perigo a cada dia que ele permanece na prisão e se for extraditado, ele morrerá", disse Stella Assange à imprensa na capital britânica.
Em setembro de 2020, o psiquiatra Michael Kopelman, que testemunhou no julgamento do jornalista em Londres, afirmou que o fundador do Wikileaks corre “risco muito alto” de suicídio se for extraditado.
O australiano de 52 anos mantém que não fez nada de ilegal e que o material que publicou é do interesse público, mas os advogados de Washington alegam que Assange colocou vidas de inocentes em risco com estas atividades.
Assange está retido no Reino Unido desde 2010, tendo ficado refugiado na embaixada do Equador entre 2012 e 2019, altura em que o país sul-americano revogou a cidadania anteriormente concedida e foi preso pelas autoridades britânicas.