Numa noite de vitória para o liberalismo,Emmanuel Macron foi eleito o novo presidente de França. No dia 7, o político derrotou Marine Le Pen com mais de 65% dos votos. Pelas 21h00 locais, 20h00 em Portugal, Macron fez o seu primeiro discurso enquanto presidente de França.

Mais tarde, quando subiu ao palco do Louvre, Macron contou com o apoio da sua mulher, Brigitte Trogneux, 25 anos mais velha.

Casados há dez anos, Emmanuel Macron sempre assumiu a importância da mulher na sua carreira e na sua vida. Após os resultados da primeira volta afirmou:

“Sempre presente, e agora ainda mais. Sem ela, eu não seria quem sou.”

Os três filhos do casamento de Brigitte Trogneux com André-Louis Auzière também estavam ao seu lado: Sébastian, de 42 anos, engenheiro de profissão, Laurence, de 38, cardiologista e, a mais jovem, Tiphaine, de 33, advogada e a mais presente durante a campanha eleitoral deEmmanuel.

Visivelmente feliz pela vitória do mais jovem presidente de sempre da história de França estava também a neta mais velha da atual primeira-dama, que é avó de sete. A excelente relação com os filhos da mulher existe desde sempre:

“Queria agradecer por terem aceite a nossa relação, por nos amarem como somos. Especialmente aos filhos de Brigitte. Se essa história não foi simples para alguém, esse alguém são eles “, disse o atual presidente quando se casou com a sua cara-metade. O retrato de uma família invulgar em que os três filhos de Brigitte têm mais idade para serem amigos de Macron do que propriamente enteados. Para tornar a situação ainda mais caricata, o presidente francês foi colega de turma de Laurence, o filho do meio da primeira-dama, em Le Providence, o colégio jesuíta onde se formou e conheceu a mulher da sua vida. Uma história surpreendente e fascinante que tem corrido o mundo.

O romance entre o político e a mulher começou quando Emmanuel tinha 15 anos, era ela sua professora de Teatro. Brigitte tinha 39 anos, era casada e mãe de três. Os dois mantinham uma relação normal entre aluno e professora, mas acabaram por se aproximar, não fosse o jovem arranjar alguns pretextos para passarem mais tempo juntos.

“Escrever em conjunto uma peça de teatro, uma iniciativa do Emmanuel, fez com que estivéssemos um com o outro todas as sextas-feiras à noite e isso criou uma proximidade incrível”, contou Brigitte em entrevista à Paris Match.

“Ele não era como os outros adolescentes. Discutia com os professores. Andava sempre cheio de livros. Era uma relação de adulto para adulto. (…) A pouco e pouco quebrou a minha resistência”, confidenciou ainda. Os pais de Emmanuel Macron não aprovaram o romance do filho e mandaram-no estudar para Paris. Porém, o então estudante, deixou uma promessa à amada: “Aconteça o que acontecer, eu vou casar contigo.”

Quando Emmanuel atingiu a maioridade, Brigitte separou-se do marido e mudou-se para Paris para dar uma oportunidade a este grande amor.

“Ela desistiu de tudo por mim. Mas fê-lo com uma preocupação constante com os filhos. (…) A nossa história é a minha base, o meu rochedo. A nossa história ensinou-nos que uma vontade tenaz não pode ceder ao conformismo”, explicou Macron na mesma entrevista à Paris Match.

O casal acabou por oficializar a relação há dez anos, mas nunca tiveram filhos. Agora, aquele que sucede a François Hollande, e a mulher, a atual primeira-dama de França, preparam-se para ter um papel fundamental no Governo francês. Brigitte irá focar-se na reforma da educação, mais precisamente no trabalho com crianças autistas e desfavorecidas. Emmanuel e Brigitte são a imagem perfeita de um casal sem preconceitos. Liberais na política e no amor.

No seu primeiro discurso, enquanto presidente,Macron não apresentou qualquer expressão de regozijo ou alegria e garantiu aos franceses que “colocará toda a sua energia para ser merecedor da sua confiança”.