A segunda nomeação ao Óscar é também uma das cerca de 20 que já recebeu na sua carreira nos vários galardões atribuídos anualmente. Timothée Chalamet ainda não recebeu nenhum dos prémios mais importantes da indústria, mas, durante os 17 anos de carreira, a versatilidade dos seus desempenhos é inegável, tal como provou em filmes como “Mulherzinhas”, “Wonka”, “Dune” ou no mais recente trabalho, “A Complete Unknown”, onde veste a pele de Bob Dylan.
Para se preparar para o papel Chalamet teve aulas de canto, guitarra, um professor de dialeto, um treinador de movimento, e um de harmónica. Escreveu as letras de Bob Dylan e colou-as nas paredes. No filme, o ator canta e toca músicas inteiras, ao vivo, e disse à Rolling Stone:“Não há como recriar Dylan em estúdio. Se estivesse a cantar com o som da guitarra pré-gravado, de repente, iria sentir falta do movimento de um braço na minha voz.” O processo para se tornar Bob Dylan foi intenso. Até então, Chalamet tinha uma ideia bastante vaga do artista, uma figura distante, que o pai de um amigo de infância idolatrava. Ao início, apenas admirou o visual de Dylan “mas num Google rápido, vi que havia algo por detrás daqueles olhos”.
Ao longo das filmagens mergulhou de tal forma no papel, que raramente deixava de ser Dylan, assumindo uma introspeção e distanciamento da restante equipa: “Tinha três meses da minha vida para interpretar Bob Dylan, depois de cinco anos a preparar-me para interpretá-lo. Por isso, enquanto o estava a fazer, esse era o meu único foco. Ele merecia isso e mais… Deus me livre de perder um passo que fosse porque estava a ser o Timmy. Posso ser o Timmy o resto da minha vida!”
Timothée Chalamet tornou-se uma estrela de cinema com papéis em filmes independentes que acabaram por chamar a atenção da crítica e de Hollywood. Mas não foi sempre assim. No início da carreira fez vários castings para filmes de ação e falhou em todos. “Recebia sempre o mesmo feedback: ‘Ah, não tens o corpo certo.’ Uma vez um agente ligou-me e disse: ‘Estou cansado de receber o mesmo feedback. Vamos parar de te inscrever nesses projetos maiores, porque não estás a ganhar peso.’ Eu estava mesmo a tentar ganhar peso, mas basicamente não conseguia. Andava a bater em portas que não se abriam e tentei o que achava ser uma porta mais humilde, e na verdade acabou por ser explosiva para mim.”
Timothée Chalamet nasceu no bairro de Manhattan, em Nova Iorque, filho da americana Nicole Flender, uma agente imobiliária, ex-dançarina da Broadway, e do francês Marc Chalamet, que trabalhava para a UNICEF. Durante a infância, passava o verão em Le Chambon-sur-Lignon, uma pequena aldeia francesa a duas horas de Lyon, na casa dos avós paternos. Nestas temporadas, o ator admite que desenvolveu uma identidade intercultural. “Tornei-me na versão francesa de mim mesmo.”
Durante os tempos de escola, aproveitou para se dedicar à sua outra paixão: o rap. Criou uma persona artística, Lil’ Timmy Tim e um dos primeiros temas foi inspirado na professora de Estatística e nas notas negativas que lhe deu. O ator, que sempre foi muito cioso da vida privada, nunca conseguiu fugir à curiosidade pública da vida amorosa. O primeiro namoro foi com a colega de escola Lourdes Léon, filha de Madonna. Apesar de poucos detalhes serem conhecidos sobre o curto relacionamento, os dois permaneceram amigos mesmo após a separação. Em 2018, quando começava a cimentar o talento em Hollywood, conheceu Lily-Rose Depp, filha de Johnny Depp e Vanessa Paradis, no set do filme “The King”. Depois de terem sido vistos juntos em várias ocasiões em Nova Iorque, viajaram nesse ano para Paris e foram fotografados a trocar beijos apaixonados num barco em Capri.
Atualmente, Timothée mantém uma relação com Kylie Jenner, meia-irmã de Kim Kardashian. Porém, apesar de reservado no que respeita a namoros, não se coíbe de falar de amor: “Sofrer é normal. E se de alguma forma nos sentimos mal, a sofrer com o coração partido, estamos a agir da forma certa. Sem querer soar lamechas, acho que o amor é o oposto do medo, é a emoção oposta, pelo menos para mim. E realmente gosto desse sentimento.”