Ximenes Belo, ex-bispo de Díli e vencedor do Nobel da Paz em 1996, é acusado de ter cometido abusos sexuais continuados contra menores em Timor-Leste. As alegações foram reveladas pelo jornal holandês De Groene Amsterdammer, que investiga o caso desde 2002.
O jornal holandês publicou testemunhos de alegadas vítimas de abusos sexuais, quando eram menores. Crimes e que terão sido cometidos durante vários anos por Ximenes Belo.
Segundo o De Groene Amsterdammer, as primeiras investigações aos abusos remontam a 2002, quando um timorense denunciou que o irmão era vítima de abusos. Em novembro desse ano, Ximenes Belo anunciou a resignação do cargo, alegando problemas de saúde e a necessidade de um longo período de recuperação e viajou para Portugal, onde se instalou num convento salesiano na região de Aveiro.
O Vaticano anunciou ter imposto sanções disciplinares ao bispo timorense Ximenes Belo nos últimos dois anos, após alegações de que teria abusado sexualmente de menores no seu país nos anos 1990.
Estas sanções incluem limites aos movimentos do bispo e ao exercício do seu ministério, bem como a proibição de manter contactos voluntários com menores ou com Timor-Leste.
Segundo o comunicado emitido pelo Vaticano, as medidas iniciais impostas foram “modificadas e reforçadas” em novembro de 2021 e Ximenes Belo aceitou formalmente o castigo.
anunciou a sua resignação do cargo, alegando problemas de saúde e a necessidade de um longo período de recuperação.
D. Carlos Filipe, com 74 anos, vivia na residência dos Salesianos em Lisboa, mas com a publicação da notícia dos abusos sexuais pelo jornal holandês "De Groene Amsterdammer", o antigo bispo timorense deixou o local e desconhece-se o seu paradeiro.
O Instituto Nobel da Noruega esclareceu hoje estar "fora do âmbito de competências do Comité" retirar o Nobel da Paz a Ximenes Belo.
"O Comité [do Nobel] muito raramente comenta o que um laureado com o Prémio da Paz pode fazer ou dizer nos anos após receber o prémio ou sobre o que um laureado pode ter feito no passado sem relação com o seu esforço premiado. Em geral, está também fora do âmbito de competências do Comité retirar um prémio uma vez atribuído. Os estatutos da Fundação Nobel excluem esta opção”, afirmou Olav Njølstad, diretor do Instituto Nobel norueguês, em Oslo, à agência Lusa.