A queda de prestígio de André, de 65 anos, continua em marcha lenta, mas implacável. Desde que a sua ligação ao milionário Jeffrey Epstein se tornou insustentável para a reputação da monarquia, o terceiro filho da rainha Isabel II tem vindo a ser progressivamente afastado da vida pública e dos símbolos reais que sempre o acompanharam.
O ponto de rutura chegou com a renúncia aos seus títulos e honras públicas, anunciada em outubro. Pouco depois, o brasão do antigo duque de Iorque foi removido do Castelo de Windsor — um gesto raro, habitualmente reservado a casos de grave afronta ao Estado. Embora mantenha o estatuto de príncipe por nascimento, a posição de André na hierarquia real nunca esteve tão fragilizada.
A sombra de Epstein — e das acusações de abuso sexual feitas por Virginia Giuffre, que o príncipe sempre negou — continua a alimentar um escândalo de repercussões globais e incómodas para a família real. O tema voltou a ganhar força após a publicação de novos excertos das memórias de Giuffre na imprensa internacional, onde são descritos episódios que envolvem diretamente o príncipe André e a rede de aliciamento liderada por Jeffrey Epstein e Ghislaine Maxwell. Ao mesmo tempo, fotografias entretanto reveladas, captadas em festas privadas onde Epstein, Ghislaine Maxwell ou Harvey Weinstein estavam presentes, voltaram a colocar o príncipe no centro da controvérsia.
Agora surge uma polémica relacionada com a residência do príncipe. Há 22 anos, que André reside no Royal Lodge, uma imponente mansão de 30 divisões situada no perímetro protegido de Windsor. Uma residência que simboliza exclusividade — e que se tornou agora uma dor de cabeça para o Palácio.
Com as finanças do príncipe sob maior escrutínio e um alegado período extenso sem pagamento de renda, Carlos III pretende pôr fim à permanência do irmão naquela propriedade. A transição, porém, está longe de ser simples.
André, de 65 anos, resiste à mudança, mas está em negociações para aceitar uma alternativa igualmente inserida na segurança de Windsor: a Frogmore Cottage, antiga casa de Harry e Meghan, (que já tinha sido oferecida pelo rei britânico ao príncipe André, que inicialmente recusou a oferta) seria atribuída a André e Adelaide Cottage — recentemente desocupada pelos príncipes de Gales, poderia tornar-se a nova residência de Sarah Ferguson
A família pretende evitar custos adicionais para os contribuintes, sublinhando que ambas as casas se encontram prontas a habitar.
Apesar de divorciados desde 1996, André e Sarah vivem juntos no Royal Lodge desde 2008. A mudança para residências distintas marcaria o fim de uma convivência de décadas — mas não de proximidade absoluta — uma vez que as duas propriedades ficam a curta distância uma da outra.
Fontes citadas pela imprensa britânica descrevem um ambiente tenso: “Ninguém sabe como isto vai acabar” - revela um interlocutor próximo ao The Sun. - Eles têm estado sob enorme pressão e precisam de espaço.”
Entre pressões institucionais, negociações imobiliárias e o desgaste contínuo de um caso que há anos compromete a imagem da monarquia, o destino de André permanece incerto. O rei quer encerrar este capítulo — mas o embaraço que ele representa para a coroa teima em permanecer. O príncipe que outrora foi considerado o “favorito” de Isabel II procura agora uma forma de se manter discreto… dentro de muros que já não o querem como símbolo.







