Bella Hadid já havia revelado que “sofreu de depressão e ansiedade extremas” durante a maior parte da adolescência. No entanto, esse quadro mantém-se e, apesar de ser uma das mais destacadas modelos da atualidade, Bella Hadid revela que chora quase todos os dias e passa regularmente por esgotamentos e episódios de ansiedade. Uma montanha-russa de emoções de que voltou a falar numa entrevista à revista WSJ, lembrando as fases piores por que passou.
“Tinha episódios realmente depressivos e quando a minha mãe ou o meu médico perguntavam como é que eu estava, em vez de responder com um texto, simplesmente enviava uma foto. Era mais simples para mim, na altura, porque nunca fui capaz de explicar como estava a sentir-me”, conta a modelo que continua a tentar encontrar a forma de lidar com a sua vulnerabilidade.
“Estava com dores mentais e físicas excruciantes e debilitantes, e não sabia porquê.” Bella revela também que passou por fases em que não conseguia sair de casa. Há dois anos sem uma pessoa que cuidasse da sua imagem, debatia-se com a dificuldade em assumir o seu estilo com medo das críticas: “Estava num lugar tão estranho mentalmente que era realmente complicado sair de casa e saber o que iria vestir, especialmente com a ansiedade de ter paparazzi por todo o lado.”
Bella assume que, entretanto, conseguiu adquirir algumas ferramentas para lidar com a ansiedade, o que a fez aceitar a moda e vestir-se de uma forma que a faz feliz sem ligar ao que outros poderão pensar.
Filha de Mohamed Hadid, um promotor imobiliário nascido em Israel, que participou dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1992, na modalidade de esqui, pela Jordânia, e de Yolanda Hadid, modelo, personalidade de reality shows e designer de interiores holandesa, Bella nasceu em Washington, nos EUA. Em 2015, revelou que, à semelhança da mãe e do irmão, Anwar Hadid, sofria da doença de Lyme, uma doença infecciosa transmitida por carraças infetadas e que provoca episódios recorrentes de dor e inchaço nas articulações, problemas de memória e fadiga que podem perdurar para sempre.
“A vida nem sempre é o que parece e a parte mais difícil da jornada é ser julgada mais pela aparência do que pelo que sentimos. Com esta doença há dias muito difíceis, em que as dores me derrubam”, disse a modelo na Gala Global da Doença de Lyme.
“É como se nunca conseguíssemos descansar, mas a vida tem de continuar.” Tal como a sua irmã mais velha, Gigi Hadid, Bella entrou cedo no mundo da moda. Apesar de ter sido no início comparada a Carla Bruni, pelas parecenças físicas, depressa ganhou relevo com a sua individualidade e conquistou as passerelles de marcas como Chanel, Givenchy, Fendi, Versace ou Oscar de la Renta, fez capas de revistas por todo o mundo e ganhou contratos publicitários com griffes como Calvin Klein, Marc Jacobs
ou Dior.
Em novembro de 2016, transformou-se num dos “anjos“ da Victoria’s Secret, ao desfilar para a marca pela primeira vez, em Paris. Apesar do currículo de sucesso, a luta de Bella com a sua saúde mental é diária e na mesma entrevista à WSJ, a modelo confessa: “Tenho dias bons. Hoje é um bom dia. A minha ‘névoa cerebral’ está a sentir-se melhor, não me sinto deprimida. Mas amanhã posso acordar e sentir-me completamente o oposto. É por isso que fico tão sobrecarregada.”